Como falamos em Brasília, faixa de pedestres, Londres, Abbey Road e Beatles, enfim, em coisas que tem tudo a ver, na postagem anterior, é hora de deixar registrado que, na última quinta-feira, tive a honra e o privilégio de acolher, em minha cidade, pela primeira vez, e espero que haja outras, "doutor" Paul McCartney. Na verdade, ele é sir, um cavaleiro da Coroa Britânica, mas, no Brasil, como não temos monarquia, o título de "doutor" equivale culturalmente ao de sir. Além disso, ele também é doutor, pois recebeu o título de doutor honorário da música, em uma universidade ianque, há alguns anos.
Pois bem, sir Paul McCartney, integrante da lendária banda The Beatles, nos idos de 1960, encerrou a passagem da sua turnê internacional Out There, algo como "Lá Fora", pelo Brasil, com uma apresentação no estádio Arena Castelão, em Fortaleza, na quinta-feira passada.
A ficha demorou a cair um pouco, pelo menos para mim. Foi difícil acreditar que aquela figura diminuta e vestida de branco se movendo sobre aquele palco meio afastado fosse mesmo Paul McCartney, que, para mim, sempre foi um ser de outro mundo e que jamais o imaginava transitando pelas ruas daqui e cantando aqui, embora Fortaleza já não possa mais ser considerada um "fim de mundo" ou uma cidade tão provinciana como outrora, mas já pode ser considerada uma cidade cosmopolita e antenada com o mundo. Só acredito que era o Paul porque vi sua face em dois telões laterais e ouvi sua voz falando algumas palavras em português, como "oi, Fortaleza" ou "vamu butiá bunecou", por exemplo. Além disso, não fui o único que teve tais "alucinações". Por isso, tomei como questão de honra estar lá para conferir aquele evento sui generis.
Esse show de McCartney em Fortaleza serviu como um drops do que deve vir por aí, em eventos como os jogos da Copa das Confederações, daqui a um mês, e da Copa do Mundo, daqui a pouco mais de um ano, por exemplo, haja vista o rebuliço que a presença do artista causou na cidade. Poucos dias antes, estava em uma loja, quando ouvi uma funcionária comentar com outra: "Essa cidade parece que tá de cabeça prá baixo, só por causa do show desse "Paulo Machado". Eu preferia que fosse o "João Lemos"".
Esse evento serviu de teste, para mostrar que Fortaleza ainda não está muito bem preparada para receber grandes eventos de padrão internacional, mas que tem potencial para se arrumar devidamente. As principais vias de acesso à Arena Castelão, por exemplo, que, para mim, sempre será simplesmente o bom e velho Castelão, apesar de o terem reduzido de tamanho significativamente, estão em obras. Parte dessas vias e das ruas adjacentes ao estádio estão obstruídas. Esses fatores teriam agravado os congestionamentos de veículos que para lá se dirigiam, na noite do espetáculo. Além disso, faltaram as devidas sinalizações e orientações no trajetos. A segurança até que não deixou a desejar. De qualquer maneira, o espetáculo foi lindo, valeu a pena, deixou aquele gosto de "quero mais" e houve até um pedido de casamento no palco, por parte de um casal de namorados que estava na platéia segurando um cartaz, quando Paul os viu, os convidou a subirem e abençoou aquela união. Eles não eram os únicos. Havia outro casal querendo as "bençãos" do artista.
Não sei se é impressão minha, ou, de fato, a imprensa nacional parece não ter dado visibilidade às apresentações de Paul no Brasil, haja vista o assunto não ter sido tocado nos principais telejornais de exibição nacional, quiçá porque a turnê, desta vez, passou fora do Eixo Rio - São Paulo. Não tem problema. O importante é que o artista aparentemente deixou o Brasil com uma boa impressão e parece ter obtido bastantes retorno e satisfação com seu trabalho.
Encerramos por aqui, botando boneco, como pediu o filósofo McCartney, e homenageando as mães, cujo dia mais especial foi celebrado ontem, com a canção "Your mother should know", que foi cantada por ele, semana passada.
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