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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.
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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.
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sábado, 18 de maio de 2013

Happy Hour


                Como são seus dias? São dias longos ou curtos? Como eles começam e como terminam? Eles costumam terminar bem? Você já parou para reparar nesses detalhes? Não sei se é impressão apenas minha ou, realmente, o fim de tarde parece ser a melhor parte de cada dia, por ser um momento que transmite à muitos a sensação fugaz de felicidade. Não é à toa que é chamado carinhosamente de Happy Hour.



                O final de tarde é aquela hora em que a maioria das pessoas normais está concluindo seus expedientes e deixando seus locais de trabalhos. É também a hora em que muitos companheiros de trabalho se reúnem para alguma confraternização. Em cada final de tarde, é a hora em que se vêem mais pessoas nas ruas e praças, fazendo caminhadas ou corridas, passeando com crianças e com animais de estimação, aposentados sentados jogando damas, cartas ou conversas fora. Nas cidades litorâneas, como é o caso de Fortaleza, pessoas procuram os calçadões da orla marítima para fazer cooper e para ver o pôr-do-sol. Como não poderia deixar de ser, o final de tarde é um dos horários de pico no trânsito. Mesmo nos engarrafamentos, dá gosto voltar para casa, vendo as cenas anteriormente descritas, não é mesmo.

                Conforme relatado em uma postagem pregressa, um de nossos professores de otorrinolaringologia da faculdade, em seu discurso na nossa colação de grau, declarou, com a voz meio embargada, que a melhor parte do trabalho é a volta para casa e o reencontro com a família, no final da tarde. Naquela postagem, fiz a ressalva de que, infelizmente, voltar para casa antes de o sol se pôr me parece um privilégio reservado à burguesia que existe dentro da classe médica e às demais pessoas normais.

                Quase todos os meus dias úteis, principalmente as segundas e quintas-feiras, e, às vezes, até os dias inúteis, são longos. Minhas jornadas de trabalho geralmente terminam na hora dos principais telejornais, por vezes, se expandindo ao dia seguinte e também aos finais de semana e feriados, e elas só não são mais longas porque sigo vivendo com certo jogo de cintura e oferecendo aqui com meus botões a minha resistência a la Gandhi, fazendo frente à todo tipo de pressão e de exploração imposta pelo meio em que vivo. Conversaremos mais sobre isto. Como disse antes, tenho meus dias de Jack Bauer, protagonista da saudosa série 24 Horas. Para mim, quase todo dia é dia 24 de junho, considerado pelos antigos o dia mais longo do ano. Nos dias em que chego ao lar mais cedo, antes de cair a noite, chego com a sensação de que me esqueci de passar em algum lugar e de fazer algo importante, como se fossem dias improdutivos.
               

                Seja como for, para encerrar esta postagem, celebramos a vida, deixando aqui registrada a passagem do aniversário da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), que completou 65 anos de atividades, no último dia 12. Vida longa, com saúde e alegria de viver, para a pedra fundamental da educação médica no Ceará, da qual ainda tenho a honra de fazer parte e que continua sendo a mais querida. Esperamos que ela não se deixe abater, nem tragar pelos ventos privatizantes governamentais. Depois conversaremos mais sobre ela. Por hora, reveja a postagem alusiva aos 60 anos de sua fundação, publicada no Consciência Acadêmica. Falando em ventos, deixo também um clipe de "Vento no litoral", da Legião Urbana, saudando o fim de tarde.

               
   
               
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