Há algumas semanas, em 22 de setembro último, foi celebrado o Dia Mundial sem Carro. Como já devo ter dito antes, há tempos, venho gestando em minha mente o desejo de deixar o carro na garagem e tentar ir ao trabalho de bicicleta, por diversos motivos, entre eles, economizar combustível, evitar aborrecimentos com o tráfego lento em poucos quarteirões que tenho de enfrentar, para chegar ao hospital, fazer alguma atividade física regular e fazer minha parte para tentar diminuir a poluição do ar e o aquecimento global.
Na 2ª feira seguinte, fiz a experiência. Até agora, apenas uma vez. Tive alguns contratempos, relacionados com a mecânica da bicicleta, tentando me readaptar ao manejo das trocas de marchas, depois de mais de um ano sem pedalar. Valeu à pena, apesar de ter me cansado depressa, devido ao pouco condicionamento físico, e chegado meio suado ao serviço. Apesar dos riscos inerentes à experiência, foi como sair de um casulo hermético e motorizado para ver, ouvir e sentir um pouco mais da vida.
Ainda bem que não sou o único a se recordar dessa data, não apenas no dia, mas também no dia a dia.
No último dia 29, foi realizado o concurso Miss Brasil deste ano, em Fortaleza. A vencedora foi uma jovem representante do Rio Grande do Sul.
Pois bem. Esse fato serve como mote para a chamada de uma reflexão: como nós encaramos as mulheres de nosso meio e lidamos com elas???
Você já reparou que, nós, homens, temos o hábito de, em princípio, tentar escolher nossas parceiras basicamente pelas suas aparências físicas, mas que, no final, nem sempre ficamos com as mulheres mais atraentes fisicamente que vemos???
Deixe-me tentar explicar uma possível razão para isso acontecer. Há alguns dias, assisti a uma palestra de um renomado cirurgião plástico, durante a qual, ele mencionou que ficou desconcertado, quando uma mulher o procurou dizendo que queria fazer o que ela chamou de "uma transformação radical", porque, segundo ela, seu marido vivia comparando-a com umas modelos que apareciam na TV.
Se eu fosse esse marido, eu me faria as seguintes perguntas: se me fosse possível colocar alguma daquelas mulheres no lugar da minha mulher, eu o faria? Em caso positivo, como ela se sairia? Seria ela tão boa como minha esposa? Ou me serviria apenas para satisfação carnal???
Em outras palavras, em geral, escolhemos nossas esposas por inúmeros fatores que vão além do desejo e que passam por coisas como o cuidado, o carinho, o companheirismo e o amor. Buscamos relacionamentos estáveis e duradouros. Nenhum de nós, em seu perfeito juízo, trocaria sua namorada, companheira ou esposa por uma miss ou por uma atriz, até porque elas, em geral, não passam de ilusões montadas e maquiadas que não nos satisfariam plenamente as nossas expectativas. Prá quê queremos as tops??? Prá quê sermos tão exigentes, se muitos de nós nem somos tão atraentes assim e muitos de nós estamos felizes e satisfeitos com o que temos???
Daqui a pouco, haverá eleições municipais em todo o Brasil, mas, não se afobe. Termine de ler esta postagem e relaxe. Aconselho-o a não ir votar tão cedo. Evite ser um dos primeiros da fila, para não correr o risco de ficar retido na seção eleitoral, porque chegaram ao meu conhecimento denúncias de que, noutras eleições, pessoas que chegaram primeiro foram barradas e obrigadas a ficar lá trabalhando, nos locais de votação. Ainda não descobri se os inomináveis que fazem isso são pessoas que foram convocadas e obrigadas a trabalhar lá, querendo descontar a amargura em algum lugar e compartilhá-la com alguém, ou são funcionários da Justiça Eleitoral. Eles alegam estar respaldados por uma lei.
Muito bem, a lei. Podem estar agindo dentro do que eles chamam de lei, mas será que isso é moral e ético??? Será que isso é atitude de cristão??? Não, meu caro, isso é um claro abuso, coisa de gente prepotente e arrogante. Pouca gente sabe que essas coisas acontecem, porque a Justiça Eleitoral manda fazer propaganda abundante e não divulga essa tal regra que lhes dá respaldo para transformar todos os brasileiros em seus escravos. E ainda chamam isso de "festa da democracia". Talvez de propósito, para pegar muita gente desprevenida. Se essa lei existe, por que não a revogam??? Porque, meu caro, aqueles que podiam tomar alguma providência em relação a isso, pondo um fim a esse tipo de lei, ou, até mesmo, pondo um fim ao voto obrigatório, para limitar os poderes do TSE sobre nós, não se importam.
Nós, os cidadãos, também não nos importamos, não nos mobilizamos e não pressionamos efetivamente os nossos parlamentares por mudanças em todas as leis porque cada um de nós só pensa no seu. Como diria o filósofo, as leis e as regras só foram criadas para nos prejudicar, não para serem usadas em nosso favor. Então, porque não nos articulamos em conjunto, toda a sociedade, e não fazemos frente em relação a isso, para virar o jogo??? Não, preferimos nos acomodar, cada um levando sua vida com a barriga, aceitando tudo que vem de cima calados, como se fosse maná ou água benta, porque cada um só pensa no seu. Depois conversamos mais sobre isso.
Bem, por enquanto, chega de papo. Quando quiser e puder, vá lá e deixe sua singela contribuição, para tentar salvar o mundo, ou pelo menos a parte dele que lhe cabe. Antes, curta o clipe a seguir, de caráter social, da canção "Power to the people", de John Lennon, canção bem oportuna para o momento, feita por aquele grande músico, pensador e mobilizador social, que estaria completando seus 72 anos, no próximo dia 09, mas agora ele já não completa mais anos. Ele já completou todo o tempo que houver, depois que se eternizou, ou foi eternizado à contragosto, há 32 anos.
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