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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.
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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.
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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Hora de acordar 2


                       Estava cá pensando com meus botões sobre os resultados destas eleições. Confesso que eles não me agradaram. Meus candidatos perderam. No entanto, não me arrependi de minhas escolhas. Não votei preocupado em ganhar ou perder meus votos. Como disse, há algumas postagens atrás, os eleitores, em geral, tem o defeito de votar como quem aposta em corridas de cavalos, votar em quem está em vantagens nas pesquisas.

                       Não deixaria de votar em pessoas que conheço e nas quais confio para votar em quem está liderando nas pesquisas, porque esses candidatos que estão em vantagem. Se já estão em vantagem, não precisam mais de meu apoio, a não ser que eu tivesse afinidade por esses candidatos que estão na pole position, mas aqueles de minha preferência precisam de meu apoio.

                       Tudo bem, admito que nem sempre procedi assim. Na primeira vez que votei, quando tinha 17 anos, meu voto para governador foi em um candidato com quem não simpatizava, mas que, por ter sido governador, alguns anos antes, achava que ele seria o único capaz de fazer frente ao candidato da situação, o então governador do Ceará, na época, que estava tentando sua reeleição, e cujo governo não era justo, na minha humilde opinião. Era um governo bastante alinhado com a política neoliberal do governo federal da época, ambos bastante distantes dos verdadeiros interesses populares.

                       Bem, alguma coisa mudou, nos últimos catorze anos. Não completamente, mas, de certa forma, os grupos políticos com tendências esquerdistas que se apossaram dos municípios, dos Estados e da União, de lá para cá, promoveram alguma inclusão social, embora eles também tenham se distanciado dos verdadeiros interesses populares e também tenham protagonizado escândalos de corrupção.

                       Nas eleições municipais de 2004, votei em um dos candidatos que tinham mais chances de ir para o segundo turno, segundo as pesquisas. Era um candidato de meu agrado, mas ele e o outro concorrente acabaram não seguindo adiante. Os candidatos que foram para o segundo turno, para nossa surpresa, foram outros. Pelo menos um desses era de meu agrado também e acabou vencendo. Está lá, até hoje, mas, embora com a imagem de seu governo já desgastada pelo tempo, continua resistindo e tentando emplacar seu sucessor.

                       Quando voto, faço votos de mudanças no paradigma político vigente no meu meio, quando esse paradigma já não satisfaz, quando esse paradigma beneficia de verdade apenas uma oligarquia e quando injustiças são cometidas. Porque, na verdade, resultados de eleições nunca tiveram grande influência na minha vida pessoal. Tudo que consegui, tudo que sou hoje, enfim, minhas conquistas de vida individuais vieram por mérito de meu trabalho e do esforço dos meus pais, independente dos governantes, embora algumas medidas tomadas por eles tenham me beneficiado, indiretamente.

                       Na noite desse domingo, o programa Repórter Record, da emissora de mesmo nome, apresentou uma reportagem sobre as dificuldades que os moradores da cidade de São Paulo enfrentam para sepultar seus mortos, se vendo, por vezes, obrigados a pagar por serviços que deveriam ser custeados pelos impostos e prestados pelo Serviço Funerário daquele município, mas que acabam sendo terceirizados. Essa reportagem deveria ter ido ao ar, antes das eleições de ontem, para que o povo soubesse o que acontece. Não acredito que o poder público ignore o que está acontecendo.                      

                       Um dia desses, recebi uma mensagem dessas em arquivo de extensão PPT por e-mail, que trazia uma reflexão, informando que o brasileiro sempre teve o costume de reclamar de seus governantes, desde os primórdios da colonização. Faço das palavras dele as minhas. Reclamamos dos donatários das capitanias hereditárias, dos homens-bons das câmaras municipais, dos governadores gerais, dos imperadores, dos presidentes da República, dos prefeitos, dos governadores, dos vereadores, dos senadores, dos deputados, e assim por diante. Então, podemos concluir que nunca estamos satisfeitos com nossos políticos, porque o defeito não está necessariamente neles, mas em quem os elege e em quem os produz: o povo. Pense nisso. Hora de acordar.



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