Você deve ter visto notícias sobre a ocupação de mais alguns morros do Rio de Janeiro, nesse fim de semana que passou. Ocupação essa que já vinha sendo anunciada, há algum tempo, pelas autoridades e pelos meios de comunicação.
Pois bem. Ver o poder público usar seu braço armado para retomar o controle sobre certas regiões do país que estavam abandonadas à própria sorte, há muito tempo, restabelecendo a ordem e a autoridade sobre elas, teoricamente trazendo a liberdade e a esperança aos seus moradores, é algo excepcional de se ver. Tão excepcional que atrai os olhares do mundo inteiro.
De uns dois anos para cá, as autoridades do Estado do Rio de Janeiro resolveram arregaçar as mangas e deflagrar de vez uma guerra contra o narcotráfico que domina as favelas da dita Cidade Maravilhosa, deixando a cidade quase toda sitiada. Resolveram mostrar serviço numa guerra midiática, assim como a Guerra do Vietnã, que se consagrou como a primeira guerra transmitida pela TV. Com os holofotes ligados e com a proximidade dos grandes eventos esportivos internacionais que, logo mais, desembarcarão no Brasil, resolveram mostrar aos traficantes que os moradores de comunidades carentes também são brasileiros e que o solo em que eles habitam também faz parte do Brasil. Portanto, quem manda nesses lugares é o Estado, não o tráfico.
Reza a lenda que, com essas ocupações e com os traficantes cada vez mais encurralados, a criminalidade no Rio teria diminuído significativamente, nos últimos anos. Alguns conhecidos que moram lá ou que andaram por lá, recentemente, confirmam que a cidade já está passando uma imagem de mais segurança e de tranquilidade.
Essas ações podem não ser suficientes para propiciar mais segurança e mais qualidade de vida para a população, mas já se constituem um passo importante para mudar o Brasil e salvar este pedaço de mundo. Faço votos para que, logo mais, essas ações de reintegração de comunidades carentes dominadas pelo tráfico se propague pelo Brasil afora, levando não apenas segurança, mas também saúde, educação, saneamento básico, transporte, entretenimento, enfim, tudo que lhes têm sido negado, até hoje, e em espaços por onde todos os cidadãos possam transitar livremente, sem medo de serem encarados como intrusos. Se foi pelo eixo Rio-São Paulo que começou a nossa perdição, então é de lá que deve sair também nosso antídoto.
Abaixo, veja o registro da fuga dos traficantes que infestavam a Vila Cruzeiro, quando ela foi ocupada, numa manhã de novembro de 2010.
************
Nenhum comentário:
Postar um comentário