Há alguns dias, nas vésperas do feriado de Corpus Christi, um companheiro da residência, que se diz ateu e socialista, fez um comentário meio que sarcástico, mais ou menos nesses termos: "Cadê o corpo desse homem, que até hoje ninguém achou?".
Então disse a ele que esse corpo não existe mais aqui neste mundo, porque seu dono ascendeu e levou o corpo juntamente com o espírito, mas que, às vezes, aquele homem a quem o companheiro se referia arranca como que um pedaço da própria carne e este ressurge, juntamente com um pouco de seu sangue, toda vez que o pão e o vinho são consagrados.
Sei que é difícil esta ideia entrar na cabeça de muita gente, mas podia-se fazer ao menos um esforço para entender e respeitar esta crença na qual uma parte significativa da humanidade crê. Mesmo a maioria dos que aparentemente não creem sabe e reconhece como fato histórico, mesmo sem provas concretas, que por este planeta, há uns dois mil anos, passou um homem que ensinou e exortou os que o ouviam à prática do bem, realizou milagres e curas, consagrou simbolicamente o pão e o vinho, como se fossem seu próprio corpo e seu sangue e deu sua própria vida em favor de seus pares. O que aconteceu, três dias depois, já são outros quinhentos, um divisor de águas, razão principal de existir da nossa fé cristã e da existência de nossa civilização, na qual acredita quem quer, conforme já comentado, há algumas postagens.
No último fim de semana, estive visitando minha querida, vetusta e saudosa Sobral, sobre a qual escrevei, em um futuro próximo. Aproveitei e escalei, nas companhias aprazíveis da minha menina e de uns amigos, a Serra da Meruoca, a fim de conferir um festival de música que estava sendo realizado lá. No encerramento, houve uma apresentação de Osvaldo Montenegro.
Ele deixou, só de mal, bem para o finalzinho a sua canção mais conhecida, pelo menos para mim, que se chama ¨Lua e flor". Essa foi a primeira canção do artista que ouvi e me marcou. Quando ela foi lançada como tema de uma novela e fez sucesso nas rádios, estava na escola, aprendendo a conjugar os verbos. A frase inicial "eu amava", repetida várias vezes ao longo da canção, nunca mais me saiu da cabeça. Confesso que, por vezes, sinto vontade de chorar, ao ouvir essa música. Ela tem um tom meio saudosista, entende???
Tenho observado, não apenas naquele festival, mas também noutros eventos públicos que frequentei recentemente, a presença de muitos banheiros químicos. Mas que química seria essa??? A única química existente ali é que, na parte inferior do banheiro, há um tanque, uma espécie de fossa séptica, onde é previamente adicionada uma substância desinfetante que dissolve todo material despejado lá. Nada mais que isso.
Geralmente, esses banheiros são umas caixas toscas, imundas, abafadas e escuras. Feliz daquele que não precisa usá-los no cotidiano. Podiam pelo menos fazer que esses banheiros fossem mais parecidos com os toaletes dos ônibus e dos aviões, que têm privada com tampa, luz própria e pia com água e sabão. Imagino o sufoco que deve ter passado um certo amigo meu, quando teve um "desarranjo", durante um show de Jammil e uma noites, numa praia em Pernambuco, há alguns anos. Nada mais inconveniente.
Trago este tema dos banheiros químicos à baila porque estava pensando com meus botões se já não foi aventada a possibilidade de usar o material recolhido dos banheiros químicos após o uso como fonte energética. Por que não transformá-los em biodigestores??? Levantei a questão da necessidade de buscarmos fontes alternativas de energia, há algumas postagens, porque o nosso estoque de petróleo, mesmo com o Pré-Sal, é finito. Pense nisso.
Para encerrar, deixo aqui um vídeo da canção "Lua e flor", de Osvaldo Montenegro, e um vídeo do "Trololo", que foi considerado um dos vídeos mais toscos e mais vistos já publicados na Internet, há uns dois ou três anos. Seu protagonista, o cantor russo Eduard Khill, faleceu na semana passada, em São Petesburgo, aos 77 anos, vítima de um AVC. O nome da canção é "I'm so happy to finally be back home". Os versos foram substituídos por onomatopeias sem sentido, devido à censura do regime socialista, vigente na época em que a canção foi gravada. Foi uma forma indireta de o artista debochar do regime. Foi muito engraçado o jeito dele sorridente e engravatado, meio que estilo Sílvio Santos.
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