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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.
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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.
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domingo, 24 de novembro de 2013

Mundo Animal 4



Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E, se alguém quiser processá-lo e tirar de você a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas.
Mateus 5, 39-41

            


             Em 1835, o norte-americano Samuel Colt inventou o revólver, arma capaz de fazer pelo menos seis tiros consecutivos a cada recarga, revolucionando, então, a indústria bélica da época. Os slogans da fábrica de armas que Colt criou seriam “Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais” e "Deus fez os homens, mas Samuel Colt os tornou iguais". O que aconteceu foi que as crianças e os adolescentes foram igualados aos adultos mais vis, como se pode constatar na imagem acima.

             A ideia original era que as armas de fogo fossem portadas por todos os homens, que teriam o mesmo direito e as mesmas chances de se defenderem, e, teoricamente, ninguém ficaria em desvantagem. Cada um seria responsável por sua segurança pessoal, até certo ponto. Em princípio, a ideia parecia boa, mas o que foi constatado, ao longo do tempo, foi que, embora as armas de fogo tenham-se popularizado, nem todos tiveram acesso à elas, e, entre aqueles que tiveram, muitos passaram a fazer mau uso delas, assassinando seus desafetos por brigas banais, assassinando as pessoas amadas por ciúmes e praticando roubos, por exemplo. Como se vê, os revólveres não tornaram os homens iguais, porque muitos optaram por não tê-los ou foram coagidos pelas autoridades de seus países a não possuí-los. Estes homens acabaram sendo subjugados pelos interesses daqueles que optaram pelas armas, onde a lei de quem saca sua arma primeiro prevalece e onde o Estado não soube se impor, para manter a ordem e proteger a população ordeira e desarmada.

             Dizem que não devemos reagir à um assalto e que devemos nos humilhar, sendo submissos às agressões morais e psicológicas dos bandidos, para sobrevivermos, ainda que nos deixem com os pés descalços e que nos chamem pelos mesmos palavrões pelos quais costumam chamar seus vizinhos, nas comunidades onde eles vivem. Enquanto isso, o poder público não faz sua parte. Há cerca de dez anos, um Estatuto do Desarmamento está em vigor, proibindo o cidadão de andar armado e, teoricamente, restringindo o acesso às armas de fogo, mas muitos bandidos nunca tiveram dificuldade no acesso a elas. O poder público falhou em retirar essas armas de circulação, em proteger a população ordeira que não possui armas e em restabelecer a ordem social e a paz, porque a remoção das armas tem-se processado de forma muito desigual e porque não se restringiram também o comércio, a fabricação e a importação delas.           

             A ideia de que cada cidadão deveria ter uma arma de fogo no seu lar e de ter o direito de circular com ela gera controvérsias. Soaria como um retrocesso, para a civilização ocidental, que evoluiu no sentido de as pessoas tenderem a não mais resolverem suas desavenças por meio da força física e da brutalidade, mas por meios jurídicos nos tribunais. Mesmo assim, como já foi dito, sempre fica um resquício significativo daquela agressividade física primitiva e inerente à espécie humana. Ainda há aqueles que optam por viver na Pré-História, obtendo as coisas de que precisariam para sobreviver, por meio da força bruta. Poder-se-ia optar também por uma evolução nos moldes cristãos, procurando não reagir à violência com nova violência. O que se deve fazer, então, além de deixar o mundo desmoronar ao nosso redor e cair sobre nossas cabeças e de nossos entes queridos???


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