Ao longo dos anos, você já percebeu nosso esforço em tornar este blog menos piegas e menos pessoal possível, apesar de nossas reflexões existenciais intensas e baseadas nas experiências pessoais dos autores. Entretanto, não podíamos nos furtar de externar os pensamentos a seguir e de lembrar que estamos antenados ao que acontece no mundo, sempre temendo pelas piores consequências.
Já teve a sensação de levar a vida como quem transita por um caminho mal iluminado e mal sinalizado, sem ao menos ter ideia do que vem logo adiante e de onde está pisando? Alguma vez já refletiu sobre quem você é, o que faz e onde se encontra? Já se perguntou porque você é quem é, porque faz o que faz e porque está onde está? Já quis desistir de tudo e sair de onde estava, pelo menos uma vez, mas se viu sem saída? A busca por respostas pode ser mais difícil e dolorosa, se você tiver baixa autoestima, sempre querendo sentir seu ego ser validado pela opinião de terceiros, caso descubra que não está buscando ou fazendo algo importante, como o amor ou por amor, respectivamente, por exemplo, e se você não souber ao certo aonde está nem aonde está indo.
Houve um tempo em que você era infeliz, com a vida desarrumada, esvaziada de sentido e com poucas perspectivas de mudanças positivas. Você não sentia mais o calor humano de outrora, nem reagia mais aos contatos do mundo como outrora, que lhe pareciam fogos em palhas, porque se resumiam a eles mesmos, dissipando-se em instantes, sem deixar muitos rastros no ar ou algo a acrescentar em sua vida, para que ela crescesse. Aqueles contatos dificilmente se converteriam em algo produtivo, estável e duradouro, pois as vidas seguem muitas vezes independentes, como feixes de luzes que cruzam o ar sem interagir. Você via o mundo em tons pastéis ou cinzentos e o sentia mais frio, seco e áspero, ora ouvindo o silêncio ensurdecedor, ora ouvindo o canto dos grilos, após sua manifestação oral ou escrita, ora ouvindo o barulho irritante das cidades.
A vida parecia a situação política e econômica do Brasil, nesta década. Você vivia em relativa bonança, com mais tempo e mais dinheiro à disposição e menos dívidas ou problemas. A vida fluía com mais fluidez e você tinha mais alegria de viver. O problema é que você não soube canalizar corretamente seus recursos, durante os tempos de fartura, e logo o tempo fechou, o céu escureceu, a terra tremeu, o mar se revoltou, e você desceu ao fundo da montanha russa outra vez, tendo que economizar, trabalhar e se desgastar mais ainda, na tentativa de conciliar seus interesses e necessidades pessoais com os do meio, e deixar que suas saúde e qualidade de vida declinassem mais ainda. Somavam-se as sensações de que a vida estava em ruínas, ou poderia estar, a qualquer momento, e de inutilidade de esforços para sair da areia movediça em que se transformava a vida, afundando-se ainda mais. Quanto mais se movia, mais afundava e, quanto mais rico, mais pobre.
Se você estiver assim, preserve seu resto de fé ou tente aumentá-la e peça à Deus que Ele lhe abra sempre novos caminhos. Nunca desista de buscar o novo, nem de buscar tornar a vida mais prática, menos desgastante e menos monótona, como quem põe lubrificante nas engrenagens de uma máquina. Antes de se empenhar num trabalho externo, trabalhe a si mesmo. Então deve surgir um arco-íris em seu caminho, indicando que está indo bem, apesar de tudo.
Aqui seguimos, escrevendo o que vem do coração e da mente, para quem quiser ler, há 08 anos no ar. Nossos parabéns a todos que tomaram parte nesta história.
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