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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Coração valente...ou indecente???


              Na última sexta-feira, dia 20 de fevereiro, a presidente Dilma Housseff concedeu sua primeira entrevista à imprensa, neste segundo mandato. Comenta-se que ela reapareceu visivelmente mais magra e com alguns quilos a menosNo entanto, por seus mais recentes discursos e atitudes, ficou demonstrado que o coração de mãe de Sua Excelência está cada vez mais valente, como se propagava na campanha eleitoral, além de indecente e desatinado, em certos aspectos.



              Naquele dia, repercutiu, por exemplo, que a presidente declarou que a corrupção na Petrobras deveria ter sido investigada em meados dos anos 90, numa referência indireta à oposição, que governava o Brasil à época.

              Em parte, a declaração procede, porque corrupção sempre existiu no Brasil, em todas as épocas. Em todos os governos das últimas seis décadas, sempre deve ter existido algum espertalhão que se aproveitou de sua posição privilegiada para mexer nos caixas das grandes estatais, inclusive da Petrobras, por exemplo. Nenhum governo é perfeito. Como foi dito, todos eles atribuem as culpas por seus fracassos e suas mazelas às gestões que os antecederam. Em vez de tentar reparar os erros deixados pelas gestões anteriores, eles costumam varrer os problemas remanescentes para debaixo do tapete. 

              Falta interesse em investigar a corrupção quando, por exemplo, falta cobrança da sociedade e sobram esmorecimento e, perdoe a expressão, "rabo preso". Lembre-se de que a atual oposição, quando estava no governo, conseguiu impedir a instalação no Congresso Nacional de uma CPI voltada para a investigação de casos de corrupção em geral na administração pública, em 2001.

               Entretanto, talvez a maioria dos nomes citados nos processos do Mensalão e da Petrobras não fizesse parte de governos anteriores à 2003. 


               Repercutiu também a recusa da presidente em receber no Palácio do Planalto o novo embaixador da Indonésia no Brasil e conceder-lhe as devidas credenciais. As relações diplomáticas entre Brasil e Indonésia estão bastante avariadas, desde que um brasileiro foi condenado à morte e executado naquele país, há pouco mais de um mês, a despeito dos apelos do governo brasileiro.

               Sobre aquele episódio, de fato, não havia muito a ser feito, pois o processo que levou à execução de Marco Archer deve ter seguido todos os trâmites legais previstos e não havia um fato juridicamente relevante para livrar o réu de seu destino. Não é o caso do brasileiro Rodrigo Goulart, que, uma vez diagnosticado com um transtorno psicótico, que, por vezes, o deixa sem contato com a realidade, quando em crises, tornar-se-ia, pelo menos teoricamente, inimputável, ou pelo menos semi-imputável, ou seja, completa ou parcialmente incapaz de reconhecer que comete um erro, de compreender as consequências de seu erro e, portanto, de responder por seus atos. Mesmo com o diagnóstico de esquizofrenia declarado em um laudo assinado por um perito, um psiquiatra indonésio, a justiça da Indonésia se recusa a suspender ou anular a sentença do brasileiro.

               Como foi dito, a Indonésia, assim como qualquer nação, tem autonomia e soberania para aplicar suas leis em seu território como lhe convém. Mesmo a ONU (Organização das Nações Unidas) não poderia intervir nas ações do governo indonésio, a não ser que surgissem provas cabais de que, naquele país, cometem-se genocídios e outros crimes hediondos contra a humanidade, principalmente se tais crimes contassem com a anuência das autoridades locais ou perpetrados pelas próprias, como aconteceu na extinta Iugoslávia e na Síria, por exemplo. Seriam situações que justificariam até mesmo uma intervenção militar direta no país.

               Ainda não chegou-se a esse ponto, mas o fato de a justiça indonésia querer executar uma pessoa diagnosticada com um transtorno mental incapacitante é um ato de covardia sem precedentes e que merece ser repudiado solene e veementemente por toda a humanidade. No entanto, repare que não é só na Indonésia onde os doentes mentais são tratados com indiferença. Aqui também vemos portadores de transtornos mentais vítimas de descaso e de preconceitos por parte da sociedade e do poder público, como foi dito.


               Independentemente de sermos contra ou a favor da pena de morte, você há de concordar conosco que, mesmo com pena de morte para traficantes, a Indonésia está longe de ser um exemplo a ser seguido, no tocante à segurança pública, o que deixa os brasileiros entre a cruz e a espada, porque já não sabemos mais o que fazer com tantos bandidos no meio de nosso povo, nem temos mais tanta certeza de que matá-los seria a melhor solução, para nos livrarmos deles. Temos certeza apenas de que está mais do que na hora de este governo começar a trabalhar e a focar em assuntos mais relevantes de interesse público, como escassez de água, aumentos abusivos de tarifas e toda a carestia desencadeada com isso, para que 2015 seja pelo menos um ano produtivo, mesmo com as ameaças de estagnação do crescimento econômico. Se dizem que vão priorizar a educação, que comecem logo, então, a trabalhar em cima disso.




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