Você deve ter visto, por esses dias, a polêmica em torno das provas do ENEM deste ano, desde que alguns servidores do INEP, órgão responsável pela elaboração e aplicação do exame, pediram exoneração, alegando sofrer pressão e interferência por parte do governo, e o presidente da República veio à público dizer que o certame teria "a cara do governo". Entretanto, o objetivo primordial do ENEM deveria ser o de avaliar conhecimentos com os quais os jovens deixam o ensino médio, além de servir, direta ou indiretamente, como parâmetro seletivo para acesso às principais instituições de ensino superior do país. O exame deve ser apartidário, imparcial e objetivo, e não fazer doutrinação, nem para a direita, nem para a esquerda, muito embora ele não deixe de ter também algum papel político, na medida em que ele servir para formar e informar os candidatos e para fomentar alguma reflexão sobre cidadania, traduzida em ideias a serem dispostas de modo racional e por escrito, na prova de redação, por exemplo.
Portanto, se o ENEM tivesse mesmo a cara do governo, alguma coisa estaria muito errada. Isso remonta à temeridade gerada pelo fato de que o presidente da República conseguiu matricular sua filha num dos colégios militares do Exército Brasileiro, sem submetê-la aos devidos crivos seletivos, dando um grande mau exemplo.
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