Uma das coisas mais interessantes e aproveitáveis que já aconteceram, nesta Pandemia, é que ela incentivou a criatividade de muitos, principalmente daqueles que puderam ou tiveram que trabalhar sem sair de casa. Mais do que noutros momentos, intensificou-se o uso dos recursos de multimídia, na internet e nas redes sociais. Reuniões virtuais entre membros de grupos de trabalho, influenciadores digitais transmitindo vídeos em tempo real, médicos e outros profissionais de saúde realizando consultas por videoconferências remotas, transmissões de programas de rádio e de televisão e de apresentações artísticas direto das casas dos apresentadores e dos artistas, respectivamente, entre outros.
Esse intercâmbio intensificado de produtos, de serviços e de ideias através da internet expôs muito das vidas de muita gente. Por vezes, expôs até demais, como se as rotinas de trabalho e doméstica tivessem se convertido em reality show. Conhecemos um pouco mais das vidas de pessoas públicas que nos acostumamos a ver de outros modos, sempre maquiadas, bem vestidas e muito formais. Agora, muitas delas aparecem publicamente, em suas casas, mais descontraídas, com roupas mais casuais, com as decorações das salas de estar ou de seus escritórios pessoais ou até com seus familiares ao fundo, por exemplo.
À propósito, quem você é, dentro ou fora de casa, de verdade ou in natura? Quando você está trabalhando em home office, por exemplo, você usa as mesmas roupas que usaria em seu ambiente de trabalho habitual e pega no batente e sai dele nos mesmos horários? Ou você se permite trabalhar de bermuda, da cintura para baixo, e camisa social e gravata, da cintura para cima, dependendo da temperatura local? Você tem algo a esconder? Há algo que costuma fazer, sem que outros vejam, preferencialmente em casa, exceto ir ao banheiro?
Um exemplo: certo médico e nosso colaborador, em casa, é mais que o doutor, antes mesmo de ser o doutor. É um cidadão brasileiro de trinta e tantos anos, casado, pai de dois filhos, católico praticante, torcedor alvinegro, blogueiro e corredor de rua, nas horas vagas, mas última e infelizmente, não tem podido ir às ruas, por razões óbvias. Espera-se, portanto, que voltemos todos logo às ruas e possamos nos mostrar quem realmente somos. Falta pouco. Já se vê uma luz no final do túnel, mas a escuridão ainda não acabou. Todo cuidado ainda é pouco, com o que há, nas trevas.
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