Enfim, você chegou, tão pequenininho, tão frágil, tão indefeso, e com tanta fome e com tanto frio, se sentindo sozinho, rejeitado, abandonado e expulso do paraíso, como o foram Adão e Eva, chorando muito, que é só o que sabe fazer neste momento, como se dissesse:
“Por que fizeram isso comigo? Por que me tiraram lá de onde eu estava tão bem confortável e onde eu tinha tudo de que precisava? O que eu estou fazendo aqui? Que lugar é este? Não consigo abrir meus olhos para ver onde estou. Esta luz é muito forte. Quem são estas pessoas ao meu redor, que parecem rir da minha situação? Reconheço apenas algumas delas, cujas vozes já me são familiares, faz algum tempo. Como eu não posso me limpar sozinho, me alimentar sozinho, me agasalhar sozinho, nem sair daqui sozinho, prá fazer o que eu quiser e procurar o que eu quiser sozinho, até porque não sei aonde ir nem o que fazer, só me resta chorar e chorar, prá ver se essas vozes que eu já conheço me atendem e cuidam de mim”.
Depois que o tiraram de seu casulo, fazendo-o começar a pensar fora da caixa, de uma hora para outra, súbita e literalmente, brincaram um pouco com você, revirando-o de todo jeito, como se fosse um boneco, e lhe causaram um pouco de dor, antes que pudesse mamar um pouco e ir para o berçário descansar um pouco da sua primeira viagem, saiba que você não está sozinho, meu querido. Você tem a nós com quem contar, para lhe prover com tudo de que necessita para sobreviver, crescer e conquistar o mundo. Fazemos votos para que as bênçãos, as graças e a misericórdia divinas cheguem até você e aonde mais for necessário e que elas não se afastem de nós. Esperamos que saiba devolver o amor e tudo mais de bom que está recebendo. Logo mais o seu pai terá a imensa satisfação de ver aquele pedacinho de gente, um pedacinho extraído dele, seguindo-o, aonde ele for.
Assim, saudamos ao casal Tony e Élida, nossos maiores colaboradores, por honra da chegada do mais novo membro da família e primeiro rebento do casal, o pequeno Nicholas Harrison. Ele não foi acomodado num berço de ouro. Seus pais haverão de trabalhar muito mais, doravante, mas ele há de ser criado e educado com algum relativo conforto, ao contrário de boa parte da população, devendo, portanto, considerar-se um privilegiado, sem permitir que a soberba lhe suba à cabeça, porém. Precisamos lembrar que o mundo há de exigir mais dos nossos filhos do que exigiu de nós, e que, consequentemente, o nosso pequeno príncipe, cedo ou tarde, perceberá que o mundo talvez não o considere tão especial como o consideramos. Mas cremos que ele, certamente, há de estar devidamente preparado. Como esta bênção nos chega às vésperas do Carnaval, vamos homenageá-lo com a clássica marchinha a seguir.
Bom feriadão a todos. Comportem-se.
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