Enquanto 2015 esquenta os motores, tentamos chamar a sua atenção para uma revisão e uma profunda mudança de atitudes, para que este venha a ser um ano pelo menos seminovo e um pouco melhor que 2014, não apenas para os brasileiros, mas também para toda a humanidade, porém não podemos mais esperar por isso passivamente. Você também deve ter uma parcela de culpa, se
entra ano e sai ano, mas tudo continua igual ou pior.
O ano já começou com o país cada vez mais afundado no caos. Os meios de comunicação divulgam cada vez mais
homicídios, mais
enchentes,
hospitais fechando as portas nas caras dos pacientes,
automóveis e
combustíveis mais caros,
tarifas de energia elétrica e de
transportes coletivos mais caras, bairros das grandes cidades sem água e
sem energia elétrica,
desemprego em massa na indústria automobilística,
mudanças radicais na concessão de
benefícios previdenciários, enfim, o brasileiro está cada vez mais imerso em uma
sacola de maldades e pagando mais caro para viver, mas vive cada vez pior, como já dito, e ninguém parece disposto a tomar uma atitude para resolver esse problema. Mas não há problema. As festas de fim de ano passaram, mas, como é verão, dizem que a maioria dos brasileiros está curtindo férias à beira-mar, expondo suas vaidades, enquanto o Carnaval se aproxima.
Por vezes, nos perguntamos se o Brasil ainda tem jeito. Sempre depositamos o futuro da nação nas mãos das
crianças, esperando que as gerações vindouras se disponham a consertar tudo que está errado aqui. O problema é que, além de apresentarmos aos nossos filhos um país e um mundo que já estão desmantelados, os nossos filhos chegam cada vez mais
desmantelados ou se corrompem e se tornam cada vez mais desmantelados também. Então, ao invés de consertar o mundo, as gerações que desembarcaram aqui, de umas quatro décadas para cá, terminaram por piorá-lo.
Quando éramos crianças, as pessoas costumavam, por exemplo, atravessar as ruas pelas faixas de pedestres, andar pelas calçadas, respeitar as sinalizações, ter vergonha de roubar ou de furtar o alheio, de consumir drogas psicotrópicas ilícitas em público e, mais ainda, de matar seus semelhantes. O que aconteceu com o Brasil, desde então, pois as pessoas passaram e sentir cada vez mais à vontade para fazer tais coisas???
Quanto mais delegacias e presídios são construídos, mais eles lotam, pois vemos cada vez mais pessoas, principalmente os jovens, se sentindo encorajadas a fazer coisas erradas, independente de sexo, idade, religião, orientação sexual ou visão política. Deixaremos apenas dois exemplos, à título de ilustração.
Há pouco mais de um mês, um repórter de uma emissora local flagrou dois motoqueiros pichando a porta de uma farmácia no centro de Fortaleza, de madrugada, e foi lá entrevistá-los, com a câmera ligada. Eles continuaram lá pichando e conversando com o repórter sem se intimidar, viseiras dos capacetes abertas, mostrando as faces, como se estivessem fazendo um trabalho honesto e pichar o alheio fosse a coisa mais natural do mundo.
Certa vez, recebemos um vídeo de uma reportagem policial pelo
Whatsapp. Um homem levara um tiro e estava no chão de uma mercearia à espera de uma ambulância, enquanto o repórter falava. Então chegou tranquilamente o assassino, se agachou e, diante da câmera, desferiu mais alguns tiros na vítima. O repórter e o
camera man se assustaram e correram.
O que indivíduos como os personagens das histórias acima querem é notoriedade, porque eles têm orgulho do que fazem e de serem o que são. Por isso, não se importam mais em serem filmados ou fotografados. Pelo contrário, fazem questão de aparecer, mesmo que venham a ser presos. O importante é ter algo para postar e se gabar no Facebook e ganhar algumas curtidas, porque este é o
país da impunidade e do reality show, onde cada um quer ter seus minutos de fama, de um jeito ou de outro, nem que seja como vilão da história.
Vale a pena criar os filhos num país como este, onde cada vez mais as pessoas acham que é correto pichar, furtar, roubar, traficar ou matar, porque são atitudes que muitas vezes
não dão em nada??? Vale a pena criar os filhos também num país onde o alto custo de vida contrasta com a baixa qualidade de vida??? Vemos uma extensa inversão de valores. Vemos cada vez mais jovens trabalhando para o narcotráfico e indivíduos de meia idade envolvidos no
escândalo de
corrupção na Petrobras, por exemplo. Esses são os nossos melhores exemplos para as gerações vindouras.
Independentemente dos candidatos nos quais você votou nas últimas eleições, todos somos inocentes e, ao mesmo tempo, culpados das mudanças que se processam no Brasil, nos últimos meses,
como já dito. Você fez suas escolhas acreditando ingenuamente que elas seriam as melhores para melhorar o Brasil. No entanto, seria muita ingenuidade de nossa parte achar que os problemas do Brasil se resolveriam apenas com uma simples troca de governo. Se a oposição tivesse assumido o poder, o aumento do custo de vida geral, como foi citado no começo desta reflexão, por exemplo, aconteceria do mesmo modo, e o presente governo atribuiria a culpa à gestão anterior.
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