"Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está reservada, a qual o Senhor, justo juiz, me concederá, naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam Nele."
2 Timóteo 4, 7-8
Introduzo a postagem de hoje com o trecho da carta de São Paulo à Timóteo, uma das últimas cartas que ele deixou, fazendo uma analogia de sua jornada de evangelização pelas nações com a prática esportiva, referindo-se aos esportes olímpicos praticados na Grécia Antiga.
Com esse mote, fazendo uma alusão aos jogos olímpicos de Londres, que foram encerrados nesse domingo, tenho a dizer que não dei muita atenção a esse evento, independentemente de o desempenho da delegação brasileira ter sido medíocre, embora já tenha sido pior, noutras ocasiões, mas que admiro os atletas de qualquer modalidade e de qualquer país, porque os considero uns heróis, pois todos eles são capazes de fazer coisas das quais não sou capaz, coisas das quais muita gente não é capaz, todos eles são excelentes aos seus modos, guardadas as devidas proporções. Isso é o que lhes faz o diferencial. Eles não são meus salvadores, mas, a todos eles, tiro meu chapéu.
Eu já havia comentado uma vez, lá no Consciência Acadêmica, minhas esperanças em relação ao fato de o Brasil vir a ser sede da próxima copa de futebol e das próximas olimpíadas. Noutra oportunidade, estarei renovando meus votos a respeito disso.
Enquanto isso, em Brasília, já está em andamento o julgamento do caso Mensalão, e isso me tem feito matutar com meus botões sobre a impunidade, esses dias. Dizem que o Brasil é o país do "não vai dar em nada", onde tudo acaba em pizza e em festa. Não é bem assim. O crime não compensa tanto quanto parece. Aqui, cedo ou tarde, todos os criminosos pagam por seus delitos, de um jeito ou de outro. Ninguém se safa totalmente. Se assim fosse, Carlinhos Cachoeira não estaria preso. Ele pode estar com os melhores advogados que seus recursos podem custear, mas ainda não conseguiu um habeas corpus. Ele pode até sair da cadeia antes do que se espera, mas, de certa forma, pagou por seus crimes. Pagou, porque chegou a ser preso e porque seu nome está sendo citado em um processo.
Do mesmo modo, os acusados de envolvimento com o esquema do Mensalão, ainda que não venham a ser presos, eles receberão algum tipo de punição, como serem instados a devolver aos cofres públicos as somas em dinheiro subtraídas e, no caso dos que ocupam ou ocupavam cargos políticos, ficarem inelegíveis por alguns anos, por exemplo. Some-se a isso o fato de que as vidas deles e de Carlinhos Cachoeira estão, até certo ponto, expostas. Agora todo mundo sabe quem são eles e o que eles fizeram.
Ninguém está acima da lei. Aquele juiz que foi acusado de matar a tiros um vigilante de um supermercado em Sobral, há sete anos, por exemplo, mesmo sendo um magistrado, não teve tantos privilégios, tampouco conseguiu se safar. Depois de se entregar, não foi mais solto. Ele aguardou o julgamento preso. Seu processo foi julgado em poucos meses, e ele logo foi condenado a quinze anos de reclusão e a pagar uma indenização mensal ao filho da vítima, por tempo indeterminado, mas cumpriu apenas três, porque faleceu em 2008, antes de passar do regime fechado para o semi-aberto. Ao meu ver, para os padrões brasileiros, dentro do que era esperado, houve justiça naquele caso, talvez até pela pressão exercida pela opinião pública.
Outro caso interessante que aconteceu também no Ceará foi o de um promotor de justiça recentemente condenado por pedofilia. Ele também foi julgado como qualquer cidadão comum.
O pior castigo para um criminoso não é ficar preso. É ter sua imagem comprometida em público. Se bem que alguns criminosos não se importam e até gostam e sentem orgulho disso. Depois eu quero conversar mais sobre isso.
Sobre a onda atual de greves no país, especialmente dos servidores públicos federais, chamaram-me a atenção as notícias a seguir:
Presidente do STJ autoriza corte de ponto de servidores grevistas.
Reitores que pagam salários de grevistas devem responder por improbidade, diz AGU.
Como você pode ver, mais uma vez, nosso Poder Judiciário martelando os trabalhadores e trabalhando em prol dos interesses das elites e dos governos. Você já reparou que quase todas as greves realizadas no Brasil, por mais que as causas sejam legítimas e justas, são declaradas ilegais pela Justiça??? Por que fazem isso, se existe um direito à greve garantido pelo artigo 37 da Constituição???
Culpa nossa, da nossa indiferença como cidadãos. Como eu já devo ter escrito outras tantas vezes aqui, cada um só pensa no seu. Por que a população não se solidariza com as categorias paralisadas, não lhes toma as dores e não passa também a pressionar o governo??? Ao tentar dissolver movimentos paredistas na marra, a Justiça pensa que está prestando um grande serviço de utilidade pública, mas está prestando um desserviço à sociedade, porque as causas da greve persistem, apenas foram varridas para debaixo do tapete e, logo mais, eclodirão novamente. Por isso, todos os anos, mais ou menos na metade, os servidores das universidades federais cruzam os braços. E os cidadãos só sabem assistir a isso passivamente e reclamar dos servidores.
Como ontem foi Dia dos Pais, ficam aqui, meio tardiamente, nossos votos de felicidades a todos os pais. No vídeo a seguir, Roberto Carlos canta "Meu querido, meu velho, meu amigo" em homenagem ao seu pai, Robertino Braga, falecido em 1980.
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