Em Fortaleza, vivenciamos uma situação parecida com a do Rio de Janeiro. Além do caos na saúde pública, por falta de recursos para compras de materiais hospitalares básicos e para pagamentos dos salários dos trabalhadores da saúde, temos em comum com o Rio de Janeiro o fato de, mais uma vez, haver realizado um reveillon apoteótico e oneroso, a despeito de tudo que vem acontecendo com a economia e com a saúde.
O Sindicato dos Médicos do Ceará vem empreendendo campanha no sentido de conscientizar a população sobre as verdadeiras razões para o mau funcionamento dos serviços de saúde pública, considerando que, longe de ser uma questão de falta de recursos financeiros, seria mais uma questão de gerenciamento inadequado de recursos e de indefinição de prioridades. O sindicato ainda chegou a chamar a atenção para o fato de aparentemente não haver recursos disponíveis para a saúde, mas haver recursos disponíveis para a realização do reveillon no aterro da Praia de Iracema.
Apesar de todos os avisos, o povo se dirigiu em peso àquela festa, sendo aparentemente conivente com o descaso do poder público, que alegava não ter recursos para a saúde pública, mas investiu em algo que seria tomado como trivial. Ainda sim, muitos preferiram não compactuar com a atitude deles. Preferiram trabalhar, enquanto os outros se divertiam, para fazer algum bem à humanidade e ganhar algum dinheiro por fora, além de garantir uma folga no final de semana seguinte.
O que se há de fazer??? O brasileiro é assim mesmo. Cada um só pensa no seu. Ainda falta muita empatia no coração do brasileiro. Quem esteve naquele evento certamente só deve pensar no que lhes foi dito quando vier a precisar de um atendimento em saúde pública. Enquanto isso, o
Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, inaugurado há 1 ano, continua inoperante. Apesar disso, continua-se anunciando a
implantação de uma faculdade de medicina naquele município. Precisariam os cidadãos de Quixeramobim realmente de uma nova faculdade agora e teriam como mantê-la funcionando??? Resolveria-lhes ela os problemas do lugar??? Seja como for, boa sorte aos empreendedores da empreitada e ao povo agraciado.
À propósito, falando em faculdade de medicina, cumprimentamos nossas leitoras Ana Paula Monteiro e Nathalia Paiva, que foram admitidas, via SISU, em cursos de medicina distintos e concorridos no Nordeste.
Tenham todos um bom domingo.
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