Antes que o ano acabe, você deve estar com vontade de perguntar porque, aparentemente, estamos terminando o ano com este alto astral e com tanta empolgação. Não podemos dizer que 2013 foi o melhor ano de nossas vidas, mas também não podemos dizer que foi o pior. Podemos dizer que foi um ano difícil, um ano divisor de águas, e conseguimos superá-lo. Ainda não podemos dizer que somos totalmente felizes e que vivemos como queremos, mas, daqui em diante, a tendência é melhorar, o tempo inteiro.
Tradicionalmente, para as antigas civilizações, especialmente na antiga Roma, dezembro já era um mês festivo, um mês de festas pagãs e, até mesmo, aparentemente profanas e libertinas. Em Roma, celebravam-se, por exemplo, as Saturnais, festas consagradas à Saturno, o deus latino do tempo e da agricultura. De acordo com o que foi descrito, as Saturnais eram parecidas com o Carnaval. Eram uma espécie de feriadão em que os cidadãos em geral paravam de trabalhar, os soldados paravam de guerrear, os nobres desciam de seus pedestais e as pessoas em geral, patrícios ou plebeus, escravos ou livres, nativos ou estrangeiros, civis ou militares, religiosos ou seculares, enfim, todos se tratavam de igual para igual. Havia algo como uma inversão de valores. Era uma espécie de "liberou geral".
As Saturnais foram mencionadas no clássico livro Médico de Homens e de Almas, um romance escrito por Taylor Caldwell, que conta a história de São Lucas, então denominado Lucano, que viria a ser consagrado como santo católico e padroeiro dos médicos. Escreverei uma postagem especialmente para expor minha opinião a respeito desta obra.
As Saturnais influenciaram a configuração do Natal e do Carnaval. Naqueles idos, como dezembro é um mês frio, no Hemisfério Norte, havia o costume de acender velas para pedir luz e calor às divindades. Esse costume foi incorporado pelo Natal, quando, antes da invenção da lâmpada elétrica e da popularização da energia elétrica, acendiam-se velinhas nas árvores de Natal, que foram substituídas pelas pequenas lâmpadas coloridas que piscam. Quanto ao Carnaval, não precisa falar mais.
Então, aos vinte e cinco dias de dezembro, chegou o menino Jesus, para tentar santificar o mês de dezembro, o fim do ano que termina, o começo do ano que se aproxima e as nossas vidas. Ele nasceu onde e quando menos se esperava. Em princípio, Sua chegada passou quase despercebida. Pouca gente, como aqueles pastores e os reis magos, por exemplo, perceberam que aquela não era uma noite igual às outras. Todavia, somente muito tempo depois de Sua morte e ressurreição é que as importâncias históricas de Seu nascimento e de Sua passagem pelo mundo seriam devidamente reconhecidas.
Ele também veio para iluminar e fazer uma renovação em nossas vidas, como já foi dito, mas precisamos nos lembrar de quem somos e de onde vimos. Não podemos permitir que este espírito de renovação nos atire à vaidade, à cobiça, à gula, ao orgulho e à falta de bom senso, por exemplo.
Iniciamos o mês dizendo que dezembro é dez. Agora, encerramos o mês e o ano dizendo que dezembro, um mês de renovação de nossos estoques, paredes, gavetas, armários e guarda-roupas, é mil. Saudamos os aniversariantes do mês, principalmente o papa Francisco. Não podemos deixar de fora a rádio Tempo FM, uma das nossas rádios favoritas, que já está há vinte e cinco anos no ar, para Fortaleza e para o mundo, em 103,9 Mhz. Saudamos também todos os que chegaram até aqui e que estão fechando o ano conosco, de uma forma ou de outra. Lamentamos por aqueles que não conseguiram nos acompanhar e por aqueles que não têm motivos para sorrir hoje. De qualquer maneira, desejamos muita saúde, muita fé e muita alegria de viver para todos, de agora em diante. Até 2014.
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