Quando vejo notícias de países como Bolívia e Paraguai, que, ao meu ver, são como favelas do Brasil, suspiro um pouco aliviado em ver que, pelo menos no Brasil, nem tudo está completamente perdido. Pelo menos por um lado. Mas, por outro lado, sim, porque podem nos prejudicar, por nos arrastar para a lama.
                            Então você me pergunta porque eu digo
 isso, como se estivesse depreciando nossos vizinhos. Porque esses 
países, além de serem mais pobres que o Brasil, têm leis mais frágeís, 
autoridades mais frágeis, quando se trata de dar segurança à população, 
ou mais fortes, quando se trata de impor sua vontade, e são moralmente 
mais frágeis. Tudo isso contribui para que esses países vivam como 
parasitas à sombra do Brasil, provendo-o, no mínimo como intermediários,
 com produtos e serviços escusos, tais como drogas, armas de fogo e 
contrabando, por exemplo, e recebendo em troca veículos roubados, por exemplo.
                            
 Há cerca de um ano, o governo boliviano pretendia publicar uma lei que 
permitia aos bolivianos que tivessem veículos irregulares 
regularizá-los, pagando uma taxa simbólica de cerca de cinco mil reais. 
Essa medida também valeria para veículos roubados de qualquer procedência. Claro que a população de lá gostou da medida. 
Só não gostou do valor da taxa. Então aquele governo se viu obrigado a 
recuar, depois de sofrer pressão de países vizinhos, inclusive do 
Brasil, que também passaram a pressionar pela devolução de seus veículos
 subtraídos. 
                             Como se vê, lugares assim são limbos
 para os criminosos brasileiros, onde eles faturam alto, onde nossas 
autoridades não os alcançam, e as autoridades de lá, tampouco. Lugares 
onde bandidos são vistos pela comunidade como se fossem Robin Hood. 
Depois eu quero escrever mais sobre isso.
                             O que achei mais estarrecedor ainda foi 
ler o depoimento de uma jovem brasileira que tentou cursar medicina em 
uma faculdade particular na Bolívia expondo o quanto a formação médica 
naquele país se encontra em estado moralmente deplorável, e o nosso 
governo ainda parece querer facilitar a revalidação de diplomas de 
médicos formados lá. Veja o depoimento na página do Conselho Regional de
 Medicina do Paraná através deste link. 
                             Escrevi esta postagem não com o objetivo de fazer discriminação contra outros povos sul-americanos, mas apenas para chamar a atenção para uma reflexão. Temos o mau costume de dizer que o Brasil é um país 
corrupto, violento e precário, onde nada funciona direito. Olhamos para 
nossos vizinhos e vemos que não é bem assim. Se não conseguimos cuidar bem de nosso lar, as consequências podem ser globais. Aqui não se trata apenas da questão ecológica, mas também da questão de segurança. Nossa insegurança é reflexo da insegurança de nossos vizinhos. A recíproca é verdadeira.
Deixo uma pergunta no ar: até que ponto você se sente responsável pelo fato de o Brasil ser do jeito que ele é???
                             
Deixo uma pergunta no ar: até que ponto você se sente responsável pelo fato de o Brasil ser do jeito que ele é???
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