O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) estabeleceu que todos os veículos automotores registrados no país passem por inspeções veiculares periódicas a partir de 2020. Certamente, é mais uma estratégia para onerar os bolsos dos cidadãos e favorecer alguém, sob o argumento de se prestar um (des)serviço de utilidade pública para aumentar a segurança viária.
Falando em trânsito, na calada da noite do último dia 19, o governo sancionou mais uma lei que ajusta o Código de Trânsito Brasileiro, aumentando o rigor das penalidades que devem ser impostas aos crimes cometidos ao volante, como acidentes com vítimas fatais, por exemplo, principalmente quando envolverem embriaguez. Para situações como esta, a pena seria de, no mínimo, cinco anos de prisão, em regime fechado, sem possibilidade de fiança ou de conversão em penas alternativas, em tese. Na prática, deverá ser muito difícil manter atrás das grades por tanto tempo quem beber, dirigir e matar, haja vista que muitos daqueles que fazem coisas muito piores que isso conseguem deixar a prisão em menos tempo, umas vezes tirando férias esporádicas da cadeia, outras vezes cumprindo suas penas em casa, principalmente quando podem contar com algum padrinho, numa instância judiciária superior.
Enquanto o poder público, com toda a sua parafernália burocrática, administrativa, politiqueira e voraz, manda e desmanda, vilipendiando e tripudiando dos cidadãos, muitos daqueles que poderiam, e deveriam, fazer frente à isso, defendendo os interesses das pessoas, não cumprem seu papel. Eles preferem se esquivar de seu papel de legisladores, delegando-os a terceiros, deixando a população entregue aos abusos do Estado e à própria sorte e preferindo perder tempo se digladiando pelo poder e por interesses pessoais.
O deputado federal e humorista Tiririca (PR-SP), em seu primeiro discurso, e último também, segundo o próprio, na tribuna do parlamento, deu a entender, em princípio, que renunciaria ao mandato e deixaria a vida política-partidária, o que não se confirmou até agora. Não se sabem as reais intenções por trás de seu desabafo, mas o fato é que, apesar de ele próprio se denominar um palhaço de circo profissional, naquele dia, ele falou com seriedade e teve coragem de dizer aos demais senhores parlamentares tudo aquilo que muitos cidadãos brasileiros têm vontade de dizer àqueles que supostamente deveriam representá-los.
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