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Nossa missão: Dar vazão às mentes e às vozes que querem questionar e repensar o Brasil de uma maneira distinta, objetiva e imparcial.
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#vaidarcerto

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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.
Eu também não me esquecerei de você, haja o que houver.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.
Por isso, continuemos nos cuidando.

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sábado, 7 de dezembro de 2013

Asas


                       Estava pensando com meus botões sobre como ter asas e liberdade demais pode ser perigoso. Por vezes, quando nossa imaginação voa demais, vemos o mundo de uma maneira otimista demais ou pessimista demais. Por vezes, asas e liberdade demais nos fazem perder o autocontrole e o bom senso.


                       Então, acabamos dando bandeira, quando consumimos alguma substância psicotrópica que nos faça esquecermos nós mesmos, como uma bebida alcoólica, por exemplo, e acabamos expressando pensamentos e atitudes que normalmente não expressamos, em outras circunstâncias. Damos bandeira também, porque achamos que não estamos correspondendo às expectativas de outras pessoas, em relação à nós, e quando externamos nossas insatisfações com as nossas expectativas, em relação à elas.

                       Ultimamente, tenho me sentido assim, frustrado e decepcionado com as expectativas que acredito que os outros esperam de mim, considerando que eles também estejam frustrados e decepcionados comigo. Mal sabem eles que nem sempre estou bem receptivo ao aprendizado de coisas novas e que tenho encontrado dificuldades em me concentrar e memorizar o que eles dizem.


                       Você que passa por aqui esporadicamente deve ter observado que, há alguns dias, havia um contador regressivo na coluna direita desta página. Ela contava o tempo restante previsto para o fim oficial das minhas atividades na residência médica. Pois bem, o meu suposto último dia de trabalho como residente foi um dia muito aguardado, mas, ao mesmo tempo, repelido. Enfim, aquele dia já chegou e já passou, mas não estou entusiasmado ou eufórico como deveria estar. 

                       Não quero que a residência termine agora e, de fato, não deve terminar agora, tão subitamente. Não estou tão ansioso nem passando tantas dificuldades financeiras agora, como estava, quando me formei, há três anos, época em que contava os dias para finalizar as atividades do internato e ser livre para trabalhar e ganhar dinheiro. Quando elas se encerraram, elas se foram de vez. E fiquei ensimesmado com aquela sensação de estar esquecendo algo em algum lugar, dando de ombros e me perguntando: "E agora? Para onde irei?". Estava me sentindo meio órfão, como estou me sentindo agora. 

                       Para meus alívio e consolo, minha caminhada pela residência médica não se findará tão abruptamente como a minha caminhada pela faculdade. Oficialmente, estarei na condição de médico residente, mesmo estando de férias, até o final de fevereiro próximo. Carrego comigo aquela velha sensação de que estou me esquecendo de alguma coisa. De fato, minhas obrigações de residente ainda não estão completamente cumpridas. Há ainda algumas pendências a serem resolvidas.


                       Torci para que dezembro chegasse logo, na esperança de tirar um peso das costas, de criar asas, de me sentir mais adulto e de me sentir pronto para alçar voo de cruzeiro em plano alto para longe, mas ainda me sinto como um passarinho que ainda não aprendeu a bater as asas e sair do ninho. Acho que vou ficar ciscando aqui pelo chão, nos arredores deste terreiro, por mais algum tempo. Não seria o único a tomar uma conduta assim. No entanto, tenho que admitir que, de certa forma, sou melhor do que era, quando aqui cheguei, há três anos. Só preciso agora me encontrar e encontrar um lugar que possa chamar de meu para poder me estabelecer e criar novos vínculos.



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