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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.
Eu também não me esquecerei de você, haja o que houver.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.
Por isso, continuemos nos cuidando.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Imortal




                      Não é querendo me justificar, mas estive ausente, nas últimas semanas, porque ainda não consegui domesticar o tempo, organizá-lo e usá-lo adequadamente em meu favor, embora tenha conseguido começar a realizar alguns projetos de vida que estavam em pauta, há tempos, o que me deu certa dose de otimismo, na primeira metade deste mês florido que passou. Tive até vontade de cantar uma canção como, por exemplo, a do vídeo acima, Tempos Modernos, com Jota Quest, coisa que não faço, há tempos. Entretanto, ainda estou me reerguendo, depois de um golpe do destino, que me fez lembrar que já não sou mais tão jovem e incólume quanto acreditava.

                      Como você se sentiria, ao descobrir, de repente, que já não tem mais tanto controle sobre seu corpo como outrora, porque ele já não responde adequadamente às exigências ambientais??? Como se sentiria, ao perceber que seu corpo já começou a envelhecer, e que, portanto, você não é mais um menino, embora ainda viva, de certa forma, como se fosse um adolescente, sob as asas de seus pais???

                      Você pode não ter mais uma completa homeostase, talvez não possa mais comer e fazer tudo que costumava comer e fazer, mas pelo menos a vida o fez tirar o pé do acelerador e aprender a cuidar um pouco melhor de si. Você se tornou um doce de pessoa, com a idade, assim como os bons vinhos, algo que sempre desejou, mas tome cuidado para não virar um prato cheio para vampiros e mosquitos. Entretanto, mesmo com sangue doce correndo nas veias e nas artérias, às vezes você fica meio amargo com a vida.

                      Antes de chegar às conclusões acima, passei por um rápido e turbulento processo de luto. Passei por aquelas cinco fases de Ross quase que simultaneamente. Deveria ter sido apenas mais uma bateria de exames de rotina periódicos, apenas para desencargo de consciência e para confirmar que tudo estava em ordem. Afinal, me sentia bem, quase que totalmente assintomático, a não ser pela diária ansiedade, mas sempre fui um ser ansioso, principalmente quando estava abastecido por algumas xícaras de café, para me manter aquecido e ligado no que acontecia ao redor. Imagine o susto, ao descobrir que o corpo já não consegue sozinho manter sua principal fonte energética em equilíbrio. Concordo que nunca tive antes uma dieta regrada e completamente livre de certos alimentos potencialmente nocivos à longo prazo, mas nunca fui de cometer excessos na alimentação. Nos últimos dezoito meses, obtive alguns progressos animadores. Frequentei uma academia, reforcei o controle sobre minha dieta e consegui perder uns quinze quilos. Então, não entendo como, aparentemente, de uma hora para outra, meu corpo teria reduzido ou cessado sua produção de insulina. Quiçá isto já estivesse programado para acontecer, cedo ou tarde, e nada houvesse a ser feito para evitar. Então, sobrevieram a negação, a raiva, a sensação de injustiça, a barganha, com alguns cortes drásticos na dieta e no estilo de vida, e a depressão, seguidas pela aceitação.

                      Esta fase que estou atravessando me fez recordar um filme visto na faculdade, por ocasião de uma aula de psicologia médica. O filme se chama Um Golpe do Destino, que nos apresenta um médico cirurgião bem sucedido, que descobre que está com um tumor na laringe e, de repente, então, se vê na posição de paciente, sofrendo como qualquer paciente, principalmente quando cai nas mãos de uma médica insensível e incapaz de ser continente em relação às suas dúvidas e ansiedades. O protagonista me pareceu ser um daqueles indivíduos quase que integralmente devotados ao trabalho e que não andam com os pés no chão, mas flutuam. Não sou assim, pelo menos não me considero assim.

                      O problema é que, em nossa profissão, por um motivo ou por outro, nos dedicamos muito a cuidar da saúde de outras pessoas e nos esquecemos de nossa própria saúde. Por vezes, não nos lembramos de que também podemos adoecer e de que também morreremos um dia. Por vezes, achamos que o carimbo, o jaleco e o status nos conferem imunidade contra tudo e nos tornam super-heróis. Do mesmo modo, também somos vistos pela sociedade. Cada um sabe onde o sapato lhe aperta. Aqui sabemos o que passamos e que nossa vida não é fácil como parece. Cada paciente que passa por nossas vidas deixa um pouco de sua doença conosco. A profissão médica é mais frágil do que se imagina. Ela é, por exemplo, uma das mais propensas ao suicídio, o que não quer dizer necessariamente que os suicídios entre médicos sejam tão frequentes assim.

                      De qualquer maneira, é uma queda e tanto, quando o médico se vê no lugar do paciente e se lembra, de um jeito ou de outro, de que também é humano e sujeito às intempéries pertinentes à esta condição. Ele que, outrora, estava habituado a se sentir protegido do outro lado do birô, ouvindo o paciente e prescrevendo, ele que estava habituado a trabalhar sobre a doença, tentando pelo menos domesticá-la, de repente se vê dominado por ela.

                      Encerro a postagem com um pedido de Help, dos Beatles, canção com a qual me identifico e que representa o que sinto agora, mais velho, mais limitado e mais nostálgico.




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