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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

O Porquê



                     Após as eleições, uma vez a poeira assentada, estamos retomando o prumo e tentando voltar àquilo que consideramos "normalidade". Antes, permita-nos apresentar a singela opinião de um cidadão brasileiro, que embasou sua opção política eleitoral, a seguir.

                     Quase diariamente, acordo um pouco antes de 5 horas da manhã. Excepcionalmente, às 4, quando tenho trabalho a fazer fora da minha cidade ou quando participo de algum evento esportivo. Rotineiramente, trabalho de segunda à sexta-feira, entre 7 da manhã e 8 da noite, e aos sábados, entre 8 da manhã e 5 da tarde. Ou seja, vivo para trabalhar e trabalho para viver. Apesar de passar muito tempo fora de casa trabalhando, ainda consigo tempo para curtir um pouco minha família e para praticar atividades físicas regulares. E Deus tem um espaço especial na minha vida. Além de ir à missa, aos domingos, não deixo de pensar Nele, todos os dias, e de viver em função desse conhecimento, praticando o bem, dentro do possível.    
                     Nessas eleições, pareceu-me, enfim, ter encontrado alguém que, embora distante da perfeição, aparentemente, ao menos valoriza esses hábitos que eu e muitos outros brasileiros cultivamos. Foi uma escolha difícil, para mim, entre alguém que é fraco no discurso e outro alguém que é fraco de atitudes. Se bem que ambos até apresentaram discursos fortes, mas para trocar farpas entre eles. Foi o que fizeram de melhor, nas inserções e nos horários eleitorais gratuitos. Se fossemos nos basear apenas naqueles momentos para tomar nossas decisões, as eleições sempre terminariam empatadas. Por essas e outras, achei melhor esperar passar esse momento, enquanto observava, antes de me manifestar. Enfim, venceu a esperança de que muitos brasileiros tenham novamente condições de viver com um mínimo de dignidade, não necessariamente colocando-os na condição de "coitados", seja quem eles forem, independentemente de ideologias.

                     Uns tem seu abismo nas drogas. Outros, no conformismo, no comodismo e no medo de sair da zona de conforto para viver e dar um passo adiante. Tenho cá meus problemas, como todos têm os seus, mas, pelo menos, me mantenho de pé e sigo trabalhando, sem me vitimizar para chamar a atenção de outras pessoas com os intuitos de despertar piedade nelas, de parecer estar em situação pior que elas e de merecer ser sustentado por elas ou pelo governo, com o peito estufado e a boca cheia de direitos. Não vivo acomodado, esperando as coisas caírem do céu diretamente nas minhas mãos ou na minha boca. Tampouco ocupo indevidamente o tempo de outras pessoas mais ocupadas que eu, deixando de ocupar esse tempo produzindo algo bom para mim e para a coletividade.

                     Parece que encontramos alguém que venha disposto a inovar na forma de administrar, pelo menos, já que não há um salvador da pátria e não se podem esperar milagres das mãos de mortais. Vemos chegar alguém que, se não resolver os problemas do Brasil, ao menos fará algo diferente do que os antecessores fizeram, procurando enxugar a máquina administrativa dentro do possível e com bom senso e compondo uma equipe de governo com preferência por nomes técnicos à nomes políticos, por exemplo.  
                     Até que enfim alguém de cima parece pensar nas preocupações do cidadão comum, já se propondo a tomar medidas mais efetivas para propiciar mais segurança às pessoas nas ruas, nos trabalhos e nos lares.  Porque temos vivido num país de hipócritas, onde, na prática, criminosos são protegidos por leis ambientais e podem fazer o que querem. Por isso, a impunidade e a criminalidade só têm crescido.

                     Há muitas coisas empobrecedoras arraigadas na nossa cultura, e não conseguiremos mudar o Brasil, da noite para o dia, principalmente se esses problemas não forem sanados. Temos um exemplo no fato de que uma banda podre da população foi instruída a buscar seu sustento e uma possível ascensão social por meio da violência e considera isso a coisa mais natural do mundo. Assim fica difícil cultivar hábitos saudáveis e comuns em certos países europeus como, por exemplo, se deslocar de bicicleta para muitos lugares e poder encostá-la em qualquer lugar, sem precisar de correntes e cadeados, porque não há preocupação com o fato de que alguém a leve. Já o Brasil está infestado de gente de mau caráter e amiga do alheio, que vive como parasita e predador de seus pares. Dizem que o melhor do Brasil é o brasileiro. E o pior do Brasil também é o brasileiro, lamentavelmente. 
 
                     De qualquer maneira, tudo indica que um novo Brasil já se desenha, para 2019. Esperamos que saia do papel um país mais colorido, mais ético e mais justo, enfim, um país realmente de todos que queiram viver nele honestamente.



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