Em 1998, você deve se lembrar de que um dos eventos mais badalados daquela época foi o nascimento de Sasha, filha da Xuxa, evento mais esperado e mais divulgado que o nascimento do filho do casal Kate Middletton e príncipe Willian, que tomou lugar este ano. Na mídia e nas ruas, não se falava em outra coisa. Até parecia que o Messias, que também é herdeiro de um trono, mas que é bem mais poderoso, ia chegar outra vez, mas, quando Ele veio, pela primeira vez, não houve tantos holofotes acesos. O brilho de uma estrela ganhou destaque no céu, mas a ficha caiu apenas para alguns pastores nos campos e para três reis magos que moravam separados e em países distantes do local onde se deu o evento.
Não sei porque a plebe devota tanta atenção e tanta admiração à essas coisas, e porque a mídia reserva tanto espaço para essas coisas, mesmo sabendo que os objetos de veneração devem estar sobre seus pedestais desdenhando de tanta perda de tempo com tanta bajulação.
Você também deve se lembrar de que, naquele ano, foi lançado o longa metragem Titanic, cujo enredo era um romance entre indivíduos de classes sociais opostas tendo como pano de fundo o naufrágio daquele lendário navio homônimo. O filme chegou a faturar algumas estatuetas, e, também neste caso, nas ruas e nos meios de comunicação, não se falava em outra coisa. Como já foi dito antes, um filme romântico, porém muito piegas. Não tive saco para vê-lo por inteiro. Fiquei enjoado como se estivesse em alto mar, só pelos abusivos comentários da mídia e das ruas.
Enquanto tudo aquilo acontecia, a vida continuava e a travessia do Atlântico para mim continuava solitária e turbulenta. Ainda não entendi como cheguei aqui, sem bater em um iceberg.
Enquanto tudo aquilo acontecia, a vida continuava e a travessia do Atlântico para mim continuava solitária e turbulenta. Ainda não entendi como cheguei aqui, sem bater em um iceberg.
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