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quarta-feira, 22 de julho de 2020

Autoridade com Imaturidade



              Você viu que o presidente, bem como boa parte dos que o cercam, acabou atingido também pelo vírus, talvez porque teria se exposto e se descuidado demais em público, menosprezando e contrariando as medidas de segurança sanitária sugeridas e implementadas por seus subordinados e pelos governadores, respectivamente. Ele deveria ter sido o primeiro a dar o bom exemplo, mandando

seus partidários fanáticos que se juntam para fazer manifestações públicas em seu apoio, todos os domingos, se dispersarem e voltarem para seus domicílios, por exemplo. Alguns deles, em atos que denotam falta de maturidade, chegam a ameaçar e afrontar poderes e autoridades constituídos e defender o fechamento de instituições guardiãs do Estado Democrático de Direito, embora as atitudes destas também sejam questionáveis, ultimamente, como naquela noite em que atiraram fogos de artifício contra a sede do Poder Judiciário, como que comemorando as festas juninas.


              O governo do presidente atual, cujos eleitores esperavam que viesse mais sólido que os governos anteriores e que demonstrasse autoridade e segurança, para trazer paz e progresso à nação, parece estar se esfacelando, cada vez mais. Houve um desentendimento com um de seus ministros, que saiu do cargo disparando acusações, como a de tentativa de interferência indireta nos trabalhos da Polícia Federal, por exemplo. O presidente da República tem, teoricamente, o direito de nomear pessoas de sua confiança, conforme sua vontade, para cargos públicos federais relevantes, desde que dentro dos limites do bom senso. As atitudes dele, em geral, não chegariam necessariamente a constituir crimes, mas seriam, no mínimo, questionáveis, dos pontos de vista moral e ético.



              Seria impensável que a Pandemia chegasse ao Brasil com o rigor que chegou, mas o governo deveria ter ficado mais esperto. Na hora em que ele tivesse visto o vírus cruzar as fronteiras da China, já deveria ter posto as barbas de molho e imposto barreiras sanitárias nos portos, aeroportos e fronteiras. Sem contar que o nosso presidente, lamentavelmente, está faltando com bom senso, dando maus exemplos com suas atitudes e palavras, tripudiando das leis e da situação, como se estivesse acima delas, tal como fez aquele desembargador, no litoral paulista, que recusou uma multa por andar pelas ruas sem máscara e humilhou um guarda municipal, recentemente. A postura dele não tem sido das melhores, perante esta crise. Sem referências político-partidárias, só não estamos numa situação pior, graças aos empenhos de prefeitos e de governadores, embora um tanto tardios, porque o Brasil já ultrapassou as 80.000 mortes por COVID-19.



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