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domingo, 8 de abril de 2012

Páscoa




                 Ilustrei a postagem com as imagens acima para mostrar que existe um certo paralelismo entre a cruz que Jesus carregou, a nossa condição humana e o nosso cotidiano.

                 Não podia deixar passar batido esse feriado sem escrever algo. Já faz alguns dias que não publico novas postagens. Tenho trabalhado muito e tenho tido pouca inspiração e tempo para sentar e escrever alguma coisa interessante. Não obstante, continuo me mantendo abastecido com informações.

                 Falando em abastecido, choca-me saber que, apesar de nosso país já ser considerado autosuficiente em produção de petróleo, principalmente após a descoberta do pré-sal, ainda pagamos uma das gasolinas mais caras do mundo, ainda estamos sujeitos à situações caóticas, como a falta de combustíveis nos postos de São Paulo, há algumas semanas, além de ameaças de desabastecimento esporádicas, como a que ronda o Ceará, neste feriado. Como se não bastasse, houve um vazamento de petróleo, em uma plataforma marítima instalada perto de Paracuru, que não ganhou tanta repercursão como aquela que aconteceu no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade de uma companhia estrangeira.

                  Voltando à questão do feriado, este não é, ou pelo menos não deveria ser tratado apenas como mais um feriadão, como qualquer outro, que todo mundo tira para viajar, beber, cometer excessos. Não, este feriado deveria servir para fazermos uma pausa, descansarmos a cabeça e refletirmos sobre a razão de ser e de existir da nossa sociedade cristã ocidental, tal como a conhecemos. Estes dias têm um sentido além do espiritual, têm um sentido histórico.

                   A vida que você leva hoje, meu caro, é moleza, comparada com o que podia ter sido sua vida, há uns dois mil anos. Seja você cristão ou ateu, agradeça à Ele, Àquele grande homem que teve coragem de fazer o que ninguém mais fez, de se submeter ao que ninguém mais se submeteu. Sua morte não foi vã. Por isso, Ele merece todo nosso respeito e nossa consideração, especialmente nesta época do ano.

                   Você não pode negar que tudo o que foi relatado no Evangelho a respeito do que aconteceu por esses dias tenha acontecido de fato. Você pode não acreditar na ressurreição, mas o resto do mundo acredita. A passagem de Jesus Cristo pelo mundo, sua história de vida, sua morte e sua ressurreição já estão profundamente arraigadas em nossas mentes e não há como negá-las. Tristes de nós se não estivessem. Se hoje temos a possibilidade de folgar pelo menos um ou dois dias por semana, geralmente sábado e domingo, para a maioria de nós, e se temos a perspectiva de uma vida após a morte, devemos tudo a Ele.

                   A história de nossa sociedade devemos a Ele. Por isso, sou contra a retirada de crucifixos de órgãos públicos. Eles estão lá, não para fazer propaganda de uma doutrina específica, não apenas para servir de proteção ao ambiente, não apenas por razões culturais, mas para lembrar as raízes históricas da nação brasileira, descendente da antiga civilização romana, que nos deixou como principais legados o Cristianismo e a Língua Portuguesa, filha do Latim. Queiramos ou não, nossas leis, nossa economia, nosso calendário, nossos hábitos e nossas tradições são direta ou indiretamente baseados no Cristianismo, que só vingou porque Jesus Cristo ressuscitou. Ele foi um grande divisor de águas da história da humanidade, que só é o que é hoje, graças à sua proeza.

                   Fato interessante é que Jesus Cristo só passou a representar uma ameaça ao Império Romano depois de sua ressurreição, porque atraiu muitos a si, deixando os Cesares comendo poeira. Antes disso, os romanos não odiavam Jesus. Mesmo sem odiá-lo, o massacraram daquele jeito!!!

                   Depois de tudo que escrevi até agora, para tentar justificar a importância da paixão de Cristo para nós, admito que não sou a pessoa mais indicada para escrever sobre o assunto. Não me dediquei a refletir adequadamente sobre o assunto, durante a Semana Santa. Trabalhei na maior parte dos dias. Assim, também, a Quaresma passou como um sopro para mim. Muito trabalho e contas a pagar. Mas nem por isso deixei de ir à missa, nesse período. Minha fé é pequena, mas ainda resiste. Depois eu quero falar mais sobre ela.

                   Para encerrar a postagem, vou citar apenas dois acontecimentos interessantes, relacionados com o período.

                   Há quinze anos, tive a honra de participar, pela primeira e única vez, até hoje, de uma encenação da paixão de Cristo. Andei debaixo do sereno, caracterizado como um dos apóstolos, não sei qual deles, afinal eu não falava nada, acompanhado por outros apóstolos figurantes, parando de estação em estação, na Via Sacra. Eu tinha quinze anos e estava em vias de fazer a crisma, juntamente com a maior parte daquele elenco. Bons tempos.

                   Há uns quatro anos, recebi um panfleto de um representante de uma certa igreja evangélica, em Sobral. Aquele panfleto dizia algo do tipo "venha celebrar conosco a morte de Jesus, neste sábado (de aleluia) dia ... às ...". Então pensei com meus botões "a morte não, eu prefiro celebrar a ressurreição Dele".

                   Sem mais delongas, desejo Feliz Páscoa a todos que por aqui passarem. Lembre-se de que o domindo de Páscoa deve ser um dia bem para cima e que não deve se resumir ao ovo de páscoa com sabor de chocolate. Abra as janelas, sinta o sol invadir sua casa, faça a barba, tome aquele café-da-manhã bem esperto, depois leve todo mundo, mulher, filhos e cachorro, para passear, num lugar bem bonito.
                        



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