Páginas

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Encontro das águas





                      Uma reportagem veiculada pelo Fantástico, em 29/11/2015, abordou a questão das agressões físicas e verbais sofridas por médicos em serviço. Mais recentemente, foi divulgado, nas redes sociais, um vídeo em que um médico plantonista em um hospital no Rio Grande do Norte é agredido por um homem jovem aparentemente sob efeito de bebidas alcoólicas ou de outras drogas psicoativas e que seria filho de um médico.


                      O que teria acontecido, para que aqueles médicos fossem atacados??? Teriam eles desencadeado de alguma forma aquelas reações de seus agressores??? Estariam eles devidamente capacitados a lidar com aquela gente??? De qualquer maneira, os agressores agiram errado, ainda que estivessem sob efeito de substâncias psicoativas e não fossem plenamente capazes de responder por seus atos, naqueles momentos, mas, ao consumir tais substâncias, assumiram os riscos de causar danos a si ou terceiros. Aquilo não é jeito de resolver desentendimentos. Lembrar-se do agravante de que desacato ao servidor público, no ambiente de trabalho ou em função do trabalho, é crime, punível com até dois anos de prisão ou multa, segundo o artigo 331 do Código Penal Brasileiro.


                      Em casos de desentendimentos, há outras maneiras de buscar o entendimento, em qualquer que seja o contexto. Lembrar-se de que o encontro entre médico e paciente, por exemplo, é quase como um encontro entre as águas do rio e do mar. Cada um traz uma bagagem de histórias de vida, de problemas e de demandas. Um dos lados naturalmente acaba sendo espaçoso, por força das circunstâncias, e muito propenso a fornecer, enquanto do outro espera-se mais receptividade, além de prudência na aproximação, porque pode acabar sempre se ferindo, pelo menos psiquicamente.










Nenhum comentário:

Postar um comentário