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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Pau que nasce torto...


                      Como foi dito, precisamos das cidades e elas precisam de nós, mas só passamos a nos dar conta disso mais efetivamente e dar a devida importância às cidades, tal como damos na atualidade, com o processo de urbanização desencadeado a partir de fins do século XVIII, quando as populações distribuídas nos campos passaram a tomar posse das cidades, e estas deixaram de ser meros pontos de encontros eventuais comerciais e políticos, passando a ser o centro da vida social e a casa do brasileiro.

                      Para quem quiser saber mais curiosidades sobre a colonização do Brasil e o consequente surgimento de algumas das principais cidades brasileiras, sugerimos a obra Raízes do Brasil, que, num de seus capítulos, o que fala de um semeador e de um ladrilhador, por exemplo, compara as formas aleatórias de ocupação do território brasileiro, começando pelo litoral, e de construção de suas cidades com as formas ordenadas e regulamentadas de ocupação das colônias espanholas nas Américas, começando pelo continente, e de estabelecimento de suas cidades.

                      Qual das formas de colonização foi a mais correta não se sabe ao certo. Cada uma teve suas vantagens, desvantagens, propósitos e conveniências. O fato é que as colônias espanholas experimentaram um progresso considerável, por exemplo, no tocante ao desenvolvimento dos meios de comunicação, com imprensas locais atuantes, e à educação, pois as primeiras universidades do continente americano surgiram na América espanhola, já no século XVI.


                      Enquanto isso, no Brasil, apenas com a vinda da família real portuguesa, em 1808, foram emulados, por exemplo, o progresso da imprensa e as instalações das primeiras instituições educacionais de nível superior do país, que deram origem às primeiras faculdades de medicina e de direito. O Brasil só veio a conhecer industrialização e universidades tal como as conhecemos a partir do início do século XX. 


                      Veja que um país que já nasceu grande e supostamente rico, segundo as cartas de Caminha, demorou muito para chegar ao nível de desenvolvimento atual. Quiçá porque já estivesse deitado eternamente em berço esplêndido e acomodado, assim como suas elites e governantes. Todos sedentários e auferindo os lucros do nosso suor e de nossa labuta.




                    Deve ser por isso que o dia 22 de abril já não é mais motivo de festa para muitos, se é que algum dia foi, e esta data passa batido. Se fosse feriado, passaria do mesmo modo. Ela só chamou alguma atenção em 2000, ano em que completaram-se 500 anos de ocupação deste país, por conta de diversos eventos alusivos à data, que foram precedidos pela instalação de relógios de contagem regressiva para a data, nas principais cidades, e que, ao fim dos festejos, em sua maioria, acabaram destruídos por populares.





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