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domingo, 29 de dezembro de 2013

Retrovisor 2


                       Sobre aquele título de "o mais brega da turma", com o qual fui agraciado por minhas companheiras de classe, no colégio, há quinze anos, presumo que teriam entrando em consenso e me concedido tal premiação, porque as mulheres em geral, principalmente as adolescentes, são muito, digamos que "prá frente". Elas querem estar sempre bem à frente de seu tempo. Elas sempre querem parecer e agir como se fossem mais velhas do que realmente são. Elas sempre olham para frente e para cima e, raramente, olham para os lados, para trás ou para baixo.


                       As mulheres, em geral, preferem homens que sejam superiores à elas, em todos os sentidos, não necessariamente para trocar uma lâmpada no teto da sala, mas, de preferência que sejam superiores em estatura, idade, renda financeira e posição hierárquica profissional, por exemplo. Elas querem homens que as superem em tudo, mas que, ao mesmo tempo, sejam maleáveis ao ponto de se ajoelharem e serem-lhes submissos, de vez em quando.

                      Então, não acredito que letras de canções como Eduardo e Mônica, da Legião Urbana, por exemplo, sejam verossímeis. Garotas que estudam medicina, por exemplo, não se interessam por garotos mais jovens e que estejam ainda cursando o Ensino Médio, um curso pré-vestibular ou mesmo que sejam colegas de faculdade, mas em semestres iniciais. Elas dão preferência aos garotos dos semestres mais avançados ou que já se formaram. Elas vêem os rapazes da mesma idade delas e de seus convívios cotidianos como indivíduos sem graça, sem algo de interessante a oferecer e "sem eira nem beira". Somente lhes interessam as companhias dos rapazes da rua ou do colégio "como amigos". Trocando em miúdos, para elas, santos de casa não fazem milagres.
                     


                       Os rapazes mais velhos, já bem encaminhados na vida e, de preferência, que tenham carros, são mais interessantes. Quiçá elas imaginem aqueles rapazes mais velhos como príncipes encantados que estejam prontos para oferecer-lhes anéis de noivados e até mesmo para levarem-nas para o altar e resgatarem-nas das casas parentais, na hora em que elas quiserem. 

                       Como se vê, a mulher, em geral, já nasce como uma princesa e não tarda a se tornar uma mulher plena. Ela, em geral, desenvolve suas características anatômicas e fisiológicas que a definem como uma mulher adulta antes do homem. Já o homem, em geral, pode até nascer como um príncipe, mas leva anos até que seu corpo e sua mente se configurem como corpo e mente de um homem adulto pleno. Leva anos até que o homem consiga constituir algum patrimônio. Leva anos até que o homem tenha algo interessante a oferecer ao mundo e se torne interessante aos olhos femininos.  

                       Pode ser que esta opinião pareça um tanto machista e distorcida, mas foi o que vi da vida. E sou profundamente grato àqueles que me ensinaram certas verdades, ainda que fosse ao meu contragosto engolir certas verdades amargas. De qualquer maneira, não culpo completamente aquelas moças pela minha "popularidade" entre elas. Quiçá alguém estivesse apenas no lugar errado e na hora errada. 





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