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quarta-feira, 6 de março de 2013

Para ler e pensar 6


                       Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. Jesus lhes respondeu: "Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo".
 

E Jesus contou esta parábola: "Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: 'Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?' Ele, porém, respondeu: 'Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás'". 
Lucas 13, 1 - 9


                       Conforme já havia comentado, a respeito da primeira parte do texto acima, lá no Consciência Acadêmica, as tragédias que acontecem no cotidiano e que estampam as manchetes dos jornais, durante semanas ou meses, não devem ser encaradas como castigos divinos voltados para suas vítimas, para seus familiares e para toda a sociedade, nem como sinais do fim do mundo. Eventos como esses sempre aconteceram, em qualquer tempo e com qualquer pessoa, por mais religiosa que fosse. O fato de estar em casa dormindo, todas as noites, ou em uma igreja, nos finais de semana, por exemplo, não livra alguém de, cedo ou tarde, vir a ser vitimado por um incêndio, por exemplo. Portanto, ninguém tem o direito de zombar das vítimas fatais do incêndio na boate em Santa Maria, por terem morrido naquele lugar e naquelas circunstâncias. Infelizmente, cedo ou tarde, todos nos deparamos com a morte, de uma maneira ou de outra. Sobressaímos hoje, mas amanhã, não se sabe. Esta é a única premonição que temos certeza de que se confirmará um dia, de um jeito ou de outro. E, como você já deve estar sabendo, ela se confirmou, nas últimas 24 horas, para o presidente da Venezuela, Hugo Chavéz, que já vinha lutando contra um câncer, há algum tempo, e, surpreendente e subitamente, para o cantor Chorão, vocalista do Charlie Brown júnior.


                       A segunda parte do texto acima me faz pensar nas ocasiões em que me sinto frustrado e desestimulado com meu trabalho, quando, por exemplo, alguns pacientes que atendo "insistem" em não apresentar resultados positivos e satisfatórios para os tratamentos que lhes são instituídos. Por vezes, penso em desistir de tudo. O trecho do texto também me faz refletir sobre nossas cobranças pessoais pela produção de resultados em nossas vidas, principalmente quando elas nos parecem secas e sem sabor, mesmo quando estão mais pesadas que o ar, e quando todos os nossos esforços parecem inúteis. Se Deus tem sido tão tolerante conosco, por que nós também não podemos sê-lo com nós mesmos???

                       De qualquer maneira, encerro esta postagem, celebrando a vida, lembrando a passagem do aniversário da companheira Janaína, da nossa residência médica, desejando a ela muita saúde e muita alegria de viver, e deixo um vídeo clipe, em homenagem ao Chorão do Charlie Brown júnior, uma de minhas bandas favoritas, na adolescência. Desejo também as boas vindas aos nossos novos médicos residentes. Deus os conduza, nesta caminhada. Com vocês, "Lutar pelo que é meu", esta canção, que é a cara do meu amigo Fujita, que está lutando lá em Sampa, e eu vou lutando aqui também. Deixo também um vídeo clipe de uma recente homenagem às vítimas da tragédia de Santa Maria.





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Um comentário:

  1. O mal das pessoas...é que ninguém pensa que vai morrer...têm ideia que ficam cá para sempre.
    beijo e bom fim de semana.
    Graça

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