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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Quem pergunta quer saber


                       Quanto você acha que vale o meu voto, para essas eleições??? Quanto você acha que vale o meu caráter??? Quanto você acha que vale minha alma???

                       Me perdoe por iniciar a postagem assim, com perguntas tão contundentes. Não tenho a intenção de ofender, mas é porque, há alguns dias, me faço essas perguntas, não apenas em relação à minha pessoa, mas expandindo a reflexão também para outras pessoas que fazem parte do meu cotidiano, desde que, no começo desta semana, vi uma mulher lamentando não ter dado ouvidos, quando alguém veio lhe contar que um candidato à vereador estaria oferecendo cem reais a cada eleitor que se dispusesse a vender-lhe seu voto, em um bairro da periferia de Fortaleza. Ela se maldizia e chorava, porque sequer se deu ao trabalho de ir lá e comprovar que não passava de um boato. Se era boato mesmo, não sei, mas acho meio fantasiosa essa história.

                        Nesta era do "politicamente correto" e das redes sociais, com a sociedade e o poder público mais conscientes e mais vigilantes, acho que, teoricamente, está cada vez mais difícil algum candidato arriscar a pele, dando uma mancada assim, principalmente nas grandes cidades e sair impune.  

                        Outras pessoas que estavam por perto e ouviram os lamentos da mulher concordaram com ela e disseram que também gostariam de ter vendido seus votos àquele suposto candidato. Não, não estou com inveja deles. Não pretendo vender meus votos. Tenho meus candidatos guardados aqui com meus botões. O que me impressiona nessa história toda foi o que pude observar, que, infelizmente ainda há muitos brasileiros capazes de se vender por pouca coisa. Muita gente diz que é contra a compra de votos, porque acha que é uma coisa imoral e tal, mas admite que venderia o seu, se alguém lhe botasse um preço bom. Não chamo isso de hipocrisia. Chamo antes de uma questão de necessidade de sobrevivência. Os brasileiros, vivemos apertados, e o poder público pouco pode ou quer fazer por nós. Não que tudo isso justifique, mas é, por essas e outras, que ainda há quem se valha desse tipo de subterfúgio, em ambos os lados, corrupção ativa ou passiva, com o respaldo da "Lei de Gérson", para sobreviver.



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