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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Em busca da fonte da juventude 2


Você sabe o que é o sujeito se sentir um frango assado passando do ponto ou uma fruta madura passando do ponto??? Pense aí.

Não faz muito tempo que, por exemplo, eu não era percebido pelas mulheres em geral que cruzavam meu caminho. Hoje, elas devem achar que tenho idade para ser pai delas. Todas aquelas que encontro no cotidiano me chamam de senhor. Geralmente são um pouco mais novas que eu. As mulheres da minha idade já devem ser, então, avós, se ainda estiverem vivas. E olha que ainda não sou pai e não tenho cabelo nem barba brancos.
Sabe o que é você ver pessoas mais jovens que você dominando o mundo e, dentro de pouco tempo, elas estarem mandando em você??? Por conta do tempo que você jogou fora, você ficou parado no meio do caminho e acabou sendo atropelado por aquela gente que vinha logo atrás e que tomou o lugar que estava reservado para você.
Gostaria de ter aprendido tudo que sei hoje com pelo menos uns dez ou quinze anos de antecedência. Tudo bem que eu teria envelhecido mais precocemente, mas pelo menos eu teria feito a diferença. Teria vivido melhor durante todos esses anos porque teria me renovado. Então hoje eu seria o homem que eu gostaria de ser, o homem que eu deveria ser, nesta altura do campeonato.

Ninguém me tira da mente que hoje eu seria mais feliz, se eu tivesse adiantado alguns anos da minha vida, ou seja, se eu tivesse conseguido antecipar em alguns anos alguns projetos e empreendimentos, se eu tivesse tomado as decisões certas nas horas certas e nos lugares certos, se eu tivesse tomado os rumos certos. Porque ainda não estou completamente convencido de que estou neste momento no melhor lugar onde poderia estar, embora não esteja no pior. Não estou completamente convencido de que tomei as decisões certas. Ainda acho sempre que minha vida podia ser melhor do que ela é agora.

Às vezes sou meio nostálgico. Às vezes eu me pergunto por que será que, para a maioria das pessoas, os melhores momentos da vida sempre ficam no passado, e o futuro é cinzento? Não digo que o meu passado tenha sido tão glorioso, que tenha sido o melhor passado que eu podia ter, mas há alguns momentos do meu passado que eu gostaria muito que tivessem sido eternizados e que, portanto, fizessem parte de meu presente. 
Hoje já não tenho a mesma alegria de viver que eu tinha há uns dez anos. Naquele tempo, eu era um “João Ninguém”, perto do que sou agora, mas pelo menos eu tinha ainda o que chamo de fôlego da juventude. Eu tinha um amplo território adiante e pronto para ser desbravado. Eu era capaz de dar murro na ponta de uma faca, se necessário. 
Me sinto desgastado, não apenas pelo tempo que passou, enquanto eu, por vezes, me senti parado nele, mas também porque, para chegar aqui, tive que abrir mão de muita coisa, deixei muita coisa para trás, como, por exemplo, rastros de devastação, na minha vida e nas de terceiros. Por isso que eu sempre digo: Se felicidade existir, tal como nós a imaginamos, evite pautá-la em bens materiais, pois a riqueza material geralmente só vem depois que perdemos o restante.
Apesar de tantas dúvidas e de tantas frustrações, deixo aqui registrada minha mais profunda gratidão a Deus, porque eu consegui chegar onde estou, embora não merecesse tanto.





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