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sábado, 5 de maio de 2018
Por um lugar ao sol para todos
O feriado do Dia do Trabalhador e o mês de maio começaram com uma tragédia anunciada. Um prédio abandonado no centro de São Paulo, onde outrora funcionaram algumas repartições públicas federais e que, ultimamente, vinha servindo de abrigo para pessoas sem moradia, desabou logo após um incêndio. Pelo menos uma pessoa teria morrido. Prédios vizinhos também foram gravemente afetados e tiveram de ser evacuados. Episódios como esse servem para que o poder público e a sociedade fiquem com as barbas de molho, com relação a essa massa da população que não tem condições dignas de habitação.
Aquela gente vive ao sabor do vento, até se deparar com qualquer lugar desabitado e que não tenha outra empregabilidade, onde ela entra, se instala da melhor forma possível, constrói, procria, vive e morre. Ou seja, coloniza a área como se fosse um grupo de micro-organismos, se adapta às condições ambientais, explorando os recursos naturais disponíveis, até atingir um nível de evolução que lhe permita chamar aquele lugar de lar,por piores que sejam as condições sanitárias e mesmo que ela siga vivendo às margens da civilização, sem saúde, educação ou segurança, sufocada pelo poder paralelo do narcotráfico e longe da luz solar e do ar puro. O programa Minha Casa Minha Vida ainda não chegou a todos os necessitados. Mesmo entre os agraciados pelo programa, há aqueles que vivem mal, em imóveis com falhas estruturais. Isso quando não são obrigados a sair de suas posses para dar lugar aos membros de facções criminosas.
Não queremos dizer que todos os moradores de favelas estejam envolvidos com o crime organizado, mas as favelas, por serem mundos pequenos, fechados, desprovidos de benesses do poder público (exceto em campanhas eleitorais e olhe lá) e dominados por poderes paralelos, onde se vivem realidades paralelas, enfim, ambientes social e moralmente sépticos que não deveriam existir, são ambientes propícios ao surgimento, crescimento e amotinação daqueles que querem viver ao arrepio da sociedade e, ao mesmo tempo, às custas dela, ou que são obrigados a se sujeitar às condições vigentes e viver desse modo. Por isso, é preciso ficar atento porque, se os governos não controlarem melhor essas ocupações irregulares, elas podem se transformar em favelas e trazer consequências deletérias não apenas para quem vive lá dentro, mas também para toda a sociedade. Fazendo votos para que, um dia, todos possam ter um lugar para chamar de seu, onde possam viver com paz, liberdade e dignidade, desejamos um bom final de semana.
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