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domingo, 28 de maio de 2017

Os dias não eram, SÃO assim



          Veja a que ponto chegamos. A forma como o presente governo chegou à chefia do Estado, apesar de ter percorrido os meandros legais, não deixou de ser moral e eticamente questionável. Os questionamentos a essa gestão tem se tornado mais proeminentes com os fatos novos que vieram à tona, nas últimas semanas, aumentando a gravidade do presente escândalo de corrupção que presenciamos. Algo sem precedentes na história. 



           Políticos de partidos diversos recebendo pagamentos de propinas com dinheiro in cash de empresários dos ramos da construção civil e da indústria de alimentos de origem animal, ou de seus representantes, em troca de favores para suas empresas. Mais tarde, para salvar as próprias peles, esses empresários traem os políticos que eles mesmos compraram, e conseguem se safar, cada vez mais ricos, rumo aos seus exílios de luxo, no exterior. Não sem antes deixar provas de que o Presidente da República estaria usando de sua influência para tentar por panos quentes sobre as investigações e protegê-los.


           Você já sabia que o grupo político que depôs a presidente anterior por meio de artimanhas legais não estava interessado em salvar o Brasil, mas sim a própria pele. O Brasil mudou quase nada. Continua praticamente o mesmo. A não ser por conta de algumas pequenas benesses distribuídas para adoçar o bico dos cidadãos, como a liberação das contas inativas do FGTS, por exemplo. Se quisessem mesmo salvar a nação, teriam tentado rever e reverter algumas arbitrariedades impostas pela gestão anterior, como, por exemplo, a lei que estabeleceu o programa Mais Médicos e que impõe mudanças radicais no ensino da medicina no Brasil.


            O Estado brasileiro é, essencialmente, o mesmo que sempre foi, inclusive no período de governo dos militares. Ele nunca perdeu sua faceta tributária, voraz, persecutória, repressora e opressora de sempre, independente do partido político que estiver no seu comando. Ele está continuamente procurando aperfeiçoar essas características, ao paramentar seus órgãos, empresas e autarquias com poderes e outros subsídios para cada vez mais fiscalizar e extorquir o cidadão e ao manipular as leis de forma que possa cada vez mais exigir do cidadão e restringir-lhe os movimentos. E ainda há quem acredite viver num Estado democrático de direito.


            Por essas e outras, os cidadãos deveriam voltar às ruas, como fizeram há quatro anos, não apenas para protestar por vinte centavos, mas também para protestar contra o quadro de instabilidade política atual, para acelerar o fim de um governo moral e eticamente questionável, cuja casa já caiu, para exigir reformas políticas, eleitorais e administrativas de verdade e, mais do que nunca, para repensar o papel do Estado em nossas vidas. Porque está se criando e se alimentando um monstro que, cedo ou tarde, estará completamente fora de controle.

             Procure ter uma boa e produtiva semana.



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