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sexta-feira, 24 de março de 2017

Pecado original



O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente. Depois, o Senhor Deus plantou um jardim em Éden, ao oriente, e ali pôs o homem que havia formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso ao paladar, a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: 'É verdade que Deus vos disse: 'Não comereis de nenhuma das árvores do jardim?' ' E a mulher respondeu à serpente: 'Do fruto das árvores do jardim, nós podemos comer. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: 'Não comais dele nem sequer o toqueis, do contrário, morrereis.'' A serpente disse à mulher: 'Não, vós não morrereis. Mas Deus sabe que no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como Deus conhecendo o bem e o mal'. A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para se alcançar conhecimento. E colheu um fruto, comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu. Então, os olhos dos dois se abriram; e, vendo que estavam nus, teceram tangas para si com folhas de figueira. 
Gênesis 2,7-9; 3,1-7


                  O pecado original, ao contrário do que se imagina, não foi necessariamente ligado à descoberta do sexo, mas sim à descoberta da ciência entre o bem e o mal, ciência cujo conhecimento era desnecessário, até então, porque o mal praticamente ainda não existia, até que a concorrência conseguisse de alguma forma se infiltrar na Criação e por tudo a perder. O pecado original pode ser compreendido também como acesso a qualquer forma de conhecimento que frustra, que corrompe e que leva à perdição, acesso movido pela tentação de querer e de poder mais. Conhecimento esse que trouxe maldições para o homem como, por exemplo, a obrigação de trabalhar para se sustentar e sobreviver e a perecibilidade que leva à morte.


                  Provar um fruto daquela árvore proibida, certamente posta no meio do jardim para testar os viventes, foi uma forma de traição, por meio das desobediência, que até seria passível de algum perdão por parte do Criador, mas que abalou o relacionamento entre Ele e a humanidade. Tanto que Ele poupou as vidas de Adão e de Eva e não os destruiu, limitando-se a expulsá-los do paraíso, mas o relacionamento entre eles não seria mais o mesmo depois, e a humanidade perdeu o direito a todas as benesses de que desfrutava, quando trocou a vida espiritual e inocente pelo conhecimento da vida material e carnal, vida esta que Deus não lhe havia preparado. Esta e outras histórias contadas na Bíblia, como o dilúvio que forçou a construção da Arca de Noé, por exemplo, foram os meios mais didáticos encontrados para ilustrar e explicar algumas sinas e mazelas da existência humana.


                  Por vezes, nossas obediência e fidelidade são postas à prova, quando estamos diante de situações em que somos tentados a fazer algo que venha a nos propiciar algum deleite efêmero acompanhado por dissabores duradouros, sem limites físicos e aparentes que nos impeçam de fazê-lo, a não ser pelo conhecimento de que há consequências, em caso de uma tomada de atitude imprudente. 


                  Pense bem a respeito disso, e procure ter um bom final de semana.



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