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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Guilhotina



         Embora a senhora Dilma Rousseff tenha feito uma péssima administração da nação, principalmente em seu segundo mandato, considerando que o modelo de gestão da esquerda já não mais satisfaz os interesses da nação, seria conveniente perguntar se, para destituí-la do poder, vale tudo. Como dito, muitos daqueles que acusaram a presidenta e que articularam o seu processo político-jurídico, sendo mais político que jurídico, se valendo de artifícios e brechas legais, o que é considerado por muitos, grosso modo, um golpe, carecem de idoneidades moral, ética e política.



         Não é que ela seja uma pobre coitada, mas quiçá eles quisessem salvar a economia nacional, por exemplo, tentando reduzir as taxas de juros, a cotação do dólar e a inflação, partindo do princípio de que os fins justificam os meios, tomando a presidenta como bode expiatório. Vale ressaltar que Dilma tem uma boa parcela de culpa, por ter passado por toda essa situação. Em 2014, para pleitear a reeleição, quando ela aceitou uma aliança política com um partido político tradicionalmente traiçoeiro e oportunista, para obter o apoio da maioria no Congresso e para ter direito a mais tempo nas propagandas eleitorais de rádio e TV, ela assumiu o risco de que tudo isso viesse a lhe acontecer, um dia.


         Embora o processo de impeachment transite em julgado pelo Senado, ainda cabe recurso, inclusive pelo fato de a ré ter recebido tratamento diferenciado, com direito a abatimento na pena prevista para o crime do qual foi acusada, o que seria, para muitos, um desrespeito à Constituição. Trata-se de uma discussão que ainda deve dividir os brasileiros por bom tempo, haja vista ainda não haver consenso entre os brasileiros se ela cometeu mesmo crime de responsabilidade fiscal e se ela mereceria um castigo tão draconiano como a perda dos direitos políticos por oito anos. A maioria dos deputados federais e dos senadores, como representantes legítimos do povo brasileiro, decidiu que sim, embora eles tenham deliberado de maneira meio tendenciosa e questionável. Especula-se que todo o processo tenha sido uma grande farsa negociada entre situação e oposição. Por isso, a pena teria saído branda para a acusada.


         Espera-se que o Brasil não venha a se arrepender desse passo dado em sua história, passo que mais nos envergonha do que nos enaltece, vindo a enxergá-lo como uma grande injustiça, no futuro.



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