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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Adia dia-a-dia


             Você já reparou que temos o costume de adiar muitas coisas, em nosso dia - a - dia, como esta postagem, por exemplo??? Por isso, fiz aquele jogo de palavras, no título da postagem. Reparou que temos, por exemplo, o costume de fazer projetos de vida que iriam mudar nossas vidas consideravelmente e de adiá-los para um futuro não muito distante e que esperamos que seja próspero, como "para o ano que vem" por exemplo??? Fazemos isto, não necessariamente por falta de interesse ou de vontade de colocar esses projetos em prática, mas, especialmente, por falta de motivação para tomar uma atitude e mudar de vida.

             Agimos, do mesmo modo, e mais frequentemente, com aquelas tarefas que não consideramos tão importantes, nem tão urgentes e tampouco agradáveis. Agimos assim, não é porque não queiramos cumprir tais tarefas, mas porque não estamos com disposição para cumpri-las agora e nos sentimos desconfortáveis em pensar nelas. Na correria do dia - a - dia, nos vemos obrigados a selecioná-las e empurrar o restante com a barriga, na medida do possível.

             Como já foi dito antes, somos chamados a passar e repassar nossas tarefas, obrigações, reuniões e outros compromissos pendentes periodicamente, como se fosse um malabarismo. Quase o tempo todo, passando e repassando a lista, sempre com aquela sensação de estar deixando o tempo passar e deixando passar algo mais com ele. Esta sensação é mais intensa e a ansiedade é maior, em anos decisivos como este, à medida que o ano vai minguando, enquanto se somam ao meu redor os meus conflitos internos e as minhas cobranças externas, e a tensão ao meu redor também cresce.

             Como já devo ter dito uma vez, quando mais se aproxima a linha de chegada, maior a tensão, nos preparativos para atracar ou para aterrissar. Tudo isto somado, o mundo espera que tome algumas decisões e que resolva alguns daqueles problemas logo. Não se trata apenas de uma questão de deixar o tempo passar, mas também de chegar ao final desta jornada com alguma bagagem válida e útil.

             Segundo Schopenhauer em seus Aforismos para a sabedoria de vida, quando adiamos sistematicamente, estamos pedindo empréstimos ao tempo, tomando créditos emprestados do futuro para consumir no presente, mas seremos cobrados por isto com juros, adiante, pois tempo é vida. O que devemos fazer, então, é adiar apenas o que não for essencial e forçar um encaixe no presente daquilo que é essencial, para não deixar que se formem entulhos em nossas vidas que a deixem mais bagunçada ainda.
 


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