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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Nossos dias


          Por esses dias, quase não se fala em outra coisa que não seja a Copa das Confederações, que, desta vez, está acontecendo em terras brasileiras, enquanto a vida continua, e os nossos problemas, também. No entanto, não penso que nossos problemas sócio-econômicos sejam desculpas suficientes para que o país deixe de acolher este evento, embora tenha cá minhas dúvidas se o Brasil está pronto ou não para receber grandes eventos internacionais.



          Outros países que receberam competições esportivas internacionais também devem ter seus problemas internos e, a despeito disso, conseguiram, de uma forma ou de outra, conduzir os eventos com alguma organização e segurança, assim como costumamos realizar festas públicas ou privadas, apesar de nossos problemas públicos ou privados. Afinal, todo mundo tem direito a arrumar a casa para dar uma festinha de vez em quando, não é mesmo???


          Confesso que, por ocasião dos Jogos Olímpicos Panamericanos do Rio de Janeiro, em 2007, estava descrente, com relação ao sucesso daquele evento. Apesar de ter havido várias obras atrasadas e superfaturadas e de a dita "Cidade Maravilhosa" ainda não ter tido boa parte de suas favelas pacificadas, com boa parte de seus criminosos totalmente postos em rédeas curtas, poderíamos dizer que deu tudo certo, naquela ocasião, porque não passamos tanta vergonha em realizar aquele evento, o que nos deu esperanças de que também não faremos feio nesta Copa das Confederações, na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016.
         

          .Você viu que a presidenta Dilma Housseff foi vaiada, ao discursar, na abertura da Copa das Confederações, antes do início da partida entre Brasil e Japão, no último sábado. Não estou querendo defendê-la, mas não a demonizaria completamente por todos os problemas do país, até porque, se fosse outra pessoa em seu lugar, poderia ser pior a situação do país. Como já havia dito antes, nos últimos dez anos, houve, grosso modo, algum progresso econômico com alguma inclusão social. Por que, não obstante, não houve melhora da qualidade de vida e a criminalidade aumentou, aí já são outros quinhentos. Quiçá ela tenha sido vaiada por ter dito anteriormente que a inflação está sob controle. Olha, com ou sem inflação, uma coisa que ninguém quer enxergar é certa: o custo de vida ainda está muito elevado, principalmente naqueles recantos do país onde, aparentemente, uma parte da população ganha em dólar. Pagamos muitos impostos, temos pouco retorno e vivemos muito mal.


          Peço desculpas por não me envolver muito neste clima festivo da Copa, pois não estou muito para festas, ultimamente. Apesar de todo esse clima de euforia propagado pela imprensa, especialmente nas cidades que sediarão os jogos, como é o caso de Fortaleza, minha rotina não será significativamente alterada, exceto pelas "quebras" sutis, nos dias em que os jogos acontecerão aqui, dias que serão considerados feriados. Fora isso, continuo trabalhando normalmente, enfrentando, inclusive, aqueles meus dias de Jack Bauer. Nos lugares por onde passarei, não deve mudar muita coisa. Não verei muitos turistas estrangeiros, em minhas andanças. Mesmo que os veja, não é de surpreender. Afinal de contas, esta é uma cidade turística. Enquanto você está aí, no seu escritório, no trânsito ou numa sala de aula, existe alguém na Beira-Mar, tomando uma cerveja, comendo uns camarões e olhando para o mar. É a vida.


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