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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Para ler e pensar 3


Naquele tempo, alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. Jesus perguntou: "O que Moisés vos ordenou?" Os fariseus responderam: "Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la". Jesus então disse: "Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. 

No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe!" Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. Jesus respondeu: "Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido e se casar com outro, cometerá adultério". Depois disso, traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: "Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele". Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos.  
Marcos 10, 2-16

                 Esse trecho destacado no texto indica que o casamento, do ponto de vista religioso, é uma instituição considerada indissolúvel, porque o próprio Jesus Cristo teria estabelecido assim. Quem se casa com alguém na Igreja teoricamente não pode se separar e casar-se novamente com outra pessoa, a não ser que o(a) primeiro(a) conjuguê venha a falecer. Até pouco tempo atrás, a mesma regra era válida para o casamento civil, até que o divórcio foi legalizado no Brasil, em meados da década de 1970.

                 Em alguns casos especiais, a Igreja pode anular um casamento, mesmo sem viuvez, mas, para isso, os interessados geralmente precisam recorrer diretamente ao Vaticano, por meio da Sagrada Rota Romana, que seria uma espécie de STF (Supremo Tribunal Federal) do Direito Canônico.

                 Embora haja algum exagero, compreendo o lado deles. Além de se basearem no que dizem as palavras do Evangelho, o objetivo é incentivar as pessoas a valorizarem e respeitarem o matrimônio, ensinando-as a fazerem as escolhas certas, nos momentos certos e a refletirem sobre as suas consequências. Se você entra num casamento, deve entrar sabendo o que o aguarda, sabendo que deve ser para durar, e que deve entrar para compartilhar e ganhar. 

                 Mesmo com os protocolos disciplinadores do matrimônio estabelecidos pela religião e pelo Estado, para realizar casamentos e para dissolvê-los, muitos deles ainda são construídos e desmanchados, da noite para o dia. Lamentavelmente, o matrimônio tem-se apresentado, aparentemente, como uma instituição desvalorizada e decadente, em parte, graças aos maus exemplos vindos de pessoas do meio artístico que são divulgados na mídia.      




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