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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Parem tudo que eu quero descer 3


                       Antes de qualquer coisa, permita-me fazer alguns esclarecimentos sobre a postagem anterior. Ela foi aberta com uma sentença do intelectual francês Jean Paul Sartre, segundo a qual, nós, em geral, temos o defeito de colocar sempre a culpa nos outros por nossos problemas e pelas dificuldades com que nos deparamos, no nosso dia-a-dia.

                       Com exceção de nossos entes queridos e de pessoas mais próximas, todas as outras pessoas que, de alguma forma, cruzam nossos caminhos, na nossa rotina diária, mesmo pessoas que não conhecemos e que não vemos, enfim, a população em geral do meio em que vivemos, costumamos considerá-las nossas antagonistas, quando generalizamos e achamos que todas elas são responsáveis por nossa infelicidade. Enfim, há dias em que temos a impressão de que o mundo está contra nós, não é verdade? Cada um de nós luta por sua sobrevivência, à sua maneira, e acabamos nos tornando oponentes e concorrentes, uns para os outros, como se a vida fosse um reality show. E, de certa forma, não deixa de ser, não é verdade?

                       Você já reparou nesse fato? Notou que, em quase todos os momentos de nossas vidas sociais, profissionais e pessoais, precisamos medir forças uns com os outros e precisamos estar sempre provando que somos melhores? Isso acontece principalmente nas grandes cidades, onde há mais gente concentrada em espaços relativamente menores, e a competitividade entre essa gente é maior. A disputa pelo uso dos meios de transporte, por empregos, por moradias, enfim, pela sobrevivência, é bem maior. Então, a selva de pedra que se descortina diante de nós parece um inferno de pedra, buzinas, festim e garoa, que foi desenhado pelos outros. Por isso, a ideia de carpediar e migrar para o Oeste, como fizeram os pioneiros migrantes nos EUA, no século XIX, tem estado em pauta, para muita gente. Depois conversamos mais sobre isso.



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