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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Titanic



                          Você já deve ter ouvido falar de um navio chamado Titanic, que naufragou, há cem anos, no Atlântico Norte. Fizeram até um filme, no final dos anos 90, que tinha esse acidente como pano de fundo para uma relativamente breve história de amor.

                          Não cheguei a ver o filme. De tão batido, saturado e sambado que estava aquele filme, por conta de sua superexploração pela mídia, haja vista que todos os programas de rádio e de televisão o exploraram à exaustão, até mesmo em programas humorísticos, eu peguei logo abuso. Até porque, na época em que o filme foi lançado no Brasil, em princípios de 1998, eu estava em um inferno astral, e minha passagem por aquela terra de Dante foi crucial para determinar os rumos que minha vida tomaria, dali em diante. Até hoje, sinto as consequências. Depois eu quero falar mais sobre isso.

                          Só sei que Titanic foi, e ainda hoje me é, muito indigesto. Para mim, está associado com lembranças desagradáveis. Eu nunca tive saco para sentar e tentar passar cerca de três horas vendo aquele longa metragem inteiro. Eu só cheguei a ver alguns trechos, inclusive o final. Por isso, eu posso dizer que é uma obra extremamente piegas e que em nada contribui para a compreensão do maior naufrágio da história. A historinha de amor dos protagonistas não podia acabar bem. Infelizmente o amor, ou pelo menos aquilo que você acredita que seja o amor, nem sempre pode tudo, nem sempre vence tudo, por mais que haja uma concórdia, uma parceria, um pacto ou uma unanimidade, chame como preferir, mas depois eu quero conversar mais sobre isto. O amor entre eles não foi forte o suficiente para superar as convenções sociais e os conflitos de interesses da Belle Époque, naquele início de século XX. Pelo menos o filme serviu para expor que a história do naufrágio foi permeada pela arrogância e pela luta de classes, nas entrelinhas. Há cem anos, diziam que "Nem Deus afundaria o Titanic", e o socialismo ou "comunismo" (depois explico o porquê das aspas), bem como outros regimes totalitários, estava em ascensão e começando a tomar posse de alguns governos. Reza a lenda que muitos passageiros da terceira classe daquele navio não sobreviveram porque não conseguiram ter acesso aos botes salva-vidas, que seriam insuficientes para todos os ocupantes da embarcação.

                           Para muitos seres humanos, a vida é como pó que se dissolve na água e desaparece, sem deixar marca de sua passagem pelo mundo. Cada um deles se torna apenas mais um que passou por aqui e que acabou tragado pelas águas glaciais do ostracismo. O que fazer para superar essa fragilidade, essa efemeridade e essa degradação da vida??? Depois eu quero escrever mais sobre isto.

                          Se você ainda não assistiu ao filme, não vou cortar seu barato. Há uma canção de Tim Maia que diz "que um nasce prá sofrer, enquanto o outro ri".

                          Você pode saber um pouco de como a notícia do naufrágio do Titanic chegou ao Brasil em http://tokdehistoria.wordpress.com/2012/04/12/titanic-100-anos-a-noticia-em-terras-potiguares/.


                          Você deve também ter ouvido falar do recente naufrágio de um navio de cruzeiro chamado Costa Concordia, no litoral italiano, em janeiro deste ano. Aquilo foi uma tragédia de proporções menores que as do naufrágio do Titanic, mas foi o suficiente para deixar todo mundo bastante assustado, especialmente quem estava lá, e para deixar algum prejuízo humano e material. Reza a lenda que o capitão teria feito uma manobra arriscada para "fazer a corte" aos moradores de uma ilha. Assim, o navio foi desviado de sua rota de navegação original e passou literalmente raspando pela costa da ilha, rasgando parte do casco da embarcação. Estava feito o estrago. Ainda teriam demorado algumas horas para iniciar a evacuação do navio, talvez uma maneira desesperada de tapar o sol com a peneira e esconder o problema. Não deu certo. Não sei dizer se houve consumo de bebida alcoólica nesta história, mas todo cuidado é pouco, para não perder o controle do volante, ao se conduzir qualquer veículo que tenha motor, seja na terra, no céu ou no mar. Fica aí a dica.




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