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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Bananas


                      Por esses dias, estava assistindo a um dos famosos filmes de comédia estrelados e dirigidos por Woody Allen. O longa metragem "Bananas" foi rodado em 1971 e fazia uma crítica ao cenário geopolítico da Guerra Fria e às ditaduras instaladas na América Latina da época. Como, por esses dias, o Brasil relembra os cinquenta anos de ascensão dos militares ao poder, e hoje é, teoricamente, um dia para refletirmos sobre o significado e sobre os rumos de nossa pátria, cremos, então, que os comentários que serão tecidos a respeito deste filme são bastante pertinentes.



                       O filme começa com um golpe militar na República de San Marcos, um país fictício da América Latina, sendo retratado de maneira satírica, com a cobertura de um notável canal de televisão norte-americano, que transmite ao vivo o assassinato do presidente civil seguido pela posse do presidente golpista, como se estivesse transmitindo um evento esportivo.

"Pode vir, quando bater, eu aviso".

                       O protagonista do filme é um rapaz que trabalha no controle de qualidade de uma empresa de Nova Iorque, testando produtos fabricados por ela. Mesmo sendo filho de um conceituado médico, o rapaz era mal sucedido nas suas vidas profissional e amorosa, além de ser quase tão atrapalhado e desajeitado como Mister Bean. Até que ele conhece uma jovem militante de um partido de esquerda que fazia panfletagem de porta em porta. Consegue convidá-la para sair e, mais adiante, depois que ela o abandona, resolve deixar tudo para trás e viajar àquele país onde houve o golpe de Estado, disposto a se engajar na resistência armada contra aquele governo ditatorial.


                      E assim, ele procede. Chegando a San Marcos, ele acaba se engajando na guerrilha, de maneira um tanto inusitada. Não tarda até que a guerrilha saia vitoriosa e assuma o poder, mas seu líder, Esposito, que, fisicamente, lembra um Fidel Castro caricato, em princípio, quer fazer as coisas à sua maneira. Ele chega a dizer algo do tipo "agora a lei sou eu". Nada de eleições, porque, segundo ele, o povo não saberia votar. Maioridade para todos, a partir de dezesseis anos de idade, e todos os cidadãos terão dezesseis anos de idade, doravante. Execução sumária dos inimigos do que eles chamam de revolução. O idioma oficial da nação passaria a ser o sueco. Luís XIV total.


                      No entanto, devido à imensa popularidade conquistada pelo jovem guerrilheiro estrangeiro Fielding Mellish, durante o período de lutas armadas, Esposito se vê obrigado a abrir espaço e Mellish é nomeado presidente daquela república, com outro nome. Logo depois, sua missão é viajar aos Estados Unidos para restabelecer as relações diplomáticas entre os dois países e tentar angariar fundos para os cofres públicos do pequeno país.


                      O filme traz à tona algumas reflexões, como a publicação de situações tragicômicas de interesse público ou privado do cotidiano nos meios de comunicação, o que as torna banalizadas, como se fossem espetáculos sensacionalistas, nos moldes de um reality show. O filme também remete ao contexto geopolítico da época, quando os países da América Latina estavam sendo influenciados pelo pensamento socialista e pelo exemplo prático de governo socialista implantado em Cuba, o que representava uma ameaça aos interesses norte-americanos. Então, em muitos países latino-americanos, os militares foram instigados a assumir o controle da situação e manter seus governos alinhados aos interesses capitalistas.


                      O Brasil era um caso à parte, porque nunca foi uma republiqueta de banana. Ele sempre foi maior e mais rico que outros países da América Latina. Por isso o nosso golpe militar parece ter sido mais bem preparado, teve maior repercussão e ressonou ao ponto de influenciar fortemente países vizinhos, como Argentina e Chile, por exemplo. Nosso governo militar foi mais duradouro e terminou de maneira gradual, da forma que eles quiseram, deixando rastros de entraves jurídicos que impediram maiores esclarecimentos de crimes cometidos naquele período.

Cena do filme O que é isso, companheiro?

                       A resistência àquele status imposto partia de alguns jovens idealistas, que faziam frente ao regime, com ou sem armas, que queriam desestabilizar de alguma forma o regime e aparentemente trazer de volta a democracia ao Brasil, mas, para isso, inspiravam-se em um modelo de governo que estava longe de ser democrático, um modelo que já se mostrava falho e gerava insatisfação generalizada, nos países onde foi implantado. Então, tudo indica que eles estavam querendo trocar seis por meia dúzia.


                      A paranoia era generalizada. As autoridades viam muito chifre em cabeça de cavalo, viam subversão em tudo e em todos, e instigavam os cidadãos a enxergarem ameaças onde elas não existiam e denunciá-las. Entretanto, uma vantagem da época da ditadura militar pode ser ressaltada: havia um forte e eficiente aparato de segurança pública, por vezes, bancado, em parte, pela iniciativa privada. Uma extensa rede de inteligência minava os planos e as atividades dos inimigos da sociedade. Por que não restabelecê-la??? No entanto, prender, torturar e até mesmo matar alguém que não oferece perigo aos seus semelhantes, só porque ele falou mal do governo, é uma grande e imperdoável injustiça.


                      Como já foi dito, somos a favor da decretação de um Estado de sítio temporário, para que sejam garantidas paz e segurança aos cidadãos, mas somos contra qualquer forma de ditadura, de injustiça, de tortura, de assassinato, enfim, de qualquer violação dos direitos humanos.


                      Enfim, outra lição que podemos tirar do filme e do que aconteceu no Brasil, nos últimos cinquenta anos, é que não podemos pender nem tanto para o céu nem tanto para o mar. Muitas vezes, não podemos contar com soluções do passado para resolver problemas do presente ou do futuro. Não podemos mais trocar seis por meia dúzia. Não podemos mais nos deixar levar pela filosofia maquiavélica de que os fins justificam os meios. Não podemos retroceder.  
         
                                  
         
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